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Na Alemanha, angolanos e moçambicanos votam pela mudança

Cristiane Vieira Teixeira (Berlim)
21 de setembro de 2017

Nas eleições de 24 de setembro, cidadãos estrangeiros com nacionalidade alemã também podem votar. Moçambicanos e angolanos dizem que irão optar pela mudança e por mais respeito aos estrangeiros no país.

Deutschland Diamantino Feijó
O rapper e jornalista angolano, Diamantino FeijóFoto: DW/C. Vieira Teixeira

O moçambicano Rui Manuel tem a cidadania alemã e também experiência com o voto nas eleições federais. No próximo domingo (24.09), Rui irá novamente depositar sua confiança no Partido Social Democrata (SPD), atualmente na coligação governamental.

"Porque é um partido que eu sempre pensei que teria boas condições para nos ajudar no trabalho e outras coisas, que está ao lado dos estrangeiros, que ajuda muito os estrangeiros", diz.

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"Mas eu desejaria que este partido que vou eleger, pelo menos cumpra as promessas que faz. Neste momento, eles dizem que os preços das rendas da casa vão diminuir, o vencimento das pessoas tinha que, pelo menos, aumentar", acrescenta o moçambicano.

Há 12 anos, Angela Merkel da União Democrata Cristã (CDU) é a chanceler da Alemanha. Nestas eleições, concorre a um quarto mandato.

"Angela Merkel fez um bom Governo. Mas durante o tempo que ela está [no poder], acho que é melhor também haver uma mudança, porque os anos foram muitos. O mundo não é de uma pessoa, toda a gente também precisa ter lugar, não é?", questiona Rui Manuel.

José António Mafueca também é moçambicano. Conquistou a cidadania alemã e, assim, o direito ao voto. Mafueca não revela a sua preferência nessas eleições, mas fala de suas expetativas.

"O partido que irei eleger já me deu a entender que querem defender as pessoas contra o terrorismo. Eles querem aumentar a qualidade de vida da população aqui na Alemanha na parte de trabalho. Eles dizem que há de haver um melhoramento na parte salarial. Então, estou a saudar que, o meu partido vai cumprir essas promessas", afirma.

O moçambicano Rui Manuel mostra a carta da Comissão Eleitoral a indicar-lhe uma assembleia de votoFoto: DW/C. Vieira Teixeira

Situação dos estrangeiros

José António diz ainda que irá depositar na urna suas preocupações com as condições de vida para os estrangeiros na Alemanha.

"O partido que estou a eleger não faz diferença entre o estrangeiro e o cidadão. Eles só atendem a situação geral. Então, não há a divisão - o que eu muito desconfio no que respeita o AfD [Alternativa para a Alemanha], por exemplo, que está a dizer, 'o melhor de tudo para o povo alemão. Mas, então, o estrangeiro fora'. Isso aí, eu não defendo", garante o moçambicano.

Neste domingo (24.09), o jornalista e rapper angolano, Diamantino Feijó, que também tem a nacionalidade alemã, irá votar pela primeira vez nas eleições federais na Alemanha. Também ele se diz preocupado com um possível crescimento do partido de extrema-direita, Alternativa para a Alemanha.

Angela Merkel e Martin Schulz durante debate televisivo, no início de setembroFoto: Reuters/F. Bensch

"O crescimento da direita faz as pessoas temerem pela sua situação a viver aqui. Porque se nós olharmos o que aconteceu de 1933 até o fim da 2ª Guerra Mundial, as coisas começaram praticamente do mesmo jeito, não é? Acredito que é preciso que haja um partido que tenha em mente que a situação está diferente. Não notei muita acutilância, por exemplo, da Merkel com relação a essa questão", avalia o angolano.

Diamantino irá votar no Partido Social Democrata (SPD), cujo cabeça de lista é Martin Schulz.

"Por causa da forma como Martin Schulz se apresenta com relação às minorias que existem no país. Ele congrega as pessoas, vela por essas minorias. É uma pessoa que mostra estar empenhada, entende que essas pessoas existem e não faz vista grossa a essa situação", considera.

No próximo domingo, os eleitores votam nos candidatos a deputados para o Bundestag e, indiretamente, elegem o chanceler federal.

O voto de moçambicanos e angolanos na Alemanha

02:08

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