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Namíbia assinala 30 anos de independência em prevenção

Cai Nebe | bd
20 de março de 2020

A Namíbia celebra este sábado (21.03) 30 anos de independência, sob fortes medidas de prevenção por causa da pandemia de Covid-19. A data foi também escolhida para a tomada de posse do Presidente eleito, Hage Geingob.

Hage Geingob obteve 56% dos votos nas eleições presidenciais de 2019Foto: picture-alliance/Photoshot/Wu Changwei

A data será assinalada com a tomada de posse do Presidente da República, Hage Geingob, que foi reconduzido no cargo em eleições realizadas a 27 de novembro de 2019.

Para evitar a propagação do novo coronavírus, as autoridades locais asseguram que as celebrações dos 30 anos de independência do país e a investidura do chefe de Estado eleito vão decorrer sob medidas restritivas.

Após 115 anos de administração colonial, com a Alemanha a ocupar o país durante 31 anos e mais anos ainda de domínio da África de Sul, a Namíbia tornou-se independente dos sul-africanos em 1990. O país situado na África Austral passou, entretanto, a ser um dos mais ricos e estáveis do continente.

Para quando a verdadeira reconciliação?

Em 1989, a advogada Bience Gawanas, defensora dos direitos humanos, estava detida num campo de refugiados no sul de Angola quando recebeu a notícia de que poderia voltar a casa. Agora, 30 anos depois da independência, sublinha a necessidade de uma verdadeira reconciliação.

Namíbia assinala 30 anos de independência em prevenção

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"O facto de não termos tido algo parecido com um processo de reconciliação nacional não significa que o racismo não exista ou que o que aconteceu durante o exílio nos campos de refugiados da SWAPO não tivesse acontecido. Acho que essas coisas ainda estão a ferver", diz.

Trinta anos depois da ocupação alemã, alguns cidadãos da Alemanha ainda estão a viver na Namíbia. Wilfried Brock trabalha para o Governo namibiano e a sua família vive no país. "É uma questão de brancos que se identificam como namibianos. Mas cho que a comunidade branca não faz o suficiente para integrar-se na sociedade namibiana", reconhece.

Insatisfação entre as gerações mais velhas

Nas eleições de 2019, o Presidente Hage Geingob obteve apenas 56% dos votos, o mais baixo de sempre para um candidato da Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO), O partido no poder.

Para a analista política Ndapwa Alweendo, o resultado eleitoral mostra uma certa insatisfação entre as gerações mais velhas e do pós-independência. "Os mais velhos acusam os mais de não serem gratos pelos sacrifícios feitos pelos mais velhos para a libertação do país", diz.

Até ao momento, o Presidente de Angola, João Lourenço, foi o único chefe de Estado dos PALOP a confirmar a sua presença na c.