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Nampula: Ano inicia com crise de combustível

Sitoi Lutxeque (Nampula)
3 de janeiro de 2023

Em Nampula, várias bombas estão sem combustíveis desde o início do novo ano. Taxistas e transportadores semi-coletivos ralatam prejuízos. Governo diz que problema já foi resolvido e fala em má gestão das gasolineiras.

Nampula: Ano inicia com crise de combustível
Foto: Sitói Lutxeque/DW

Várias bombas estão sem combustíveis na cidade de Nampula, sobretudo a gasolina, e a situação já preocupa os condutores, principalmente os taxistas e transportadores semi-coletivos, alguns dos quais, estão a paralisar as suas atividades.

Sururi Momade, moto-taxista há mais de cinco anos, é um dos profissionais preocupados com a situação: "O combustível, de facto, não há mesmo".

"Nós que somos taxistas não exercemos o nosso trabalho de forma tranquila. Este ano, algumas [gasolineiras tinham combustíveis] e outras não", disse.

O jovem taxista desconhece a real motivação da crise de combustível, apenas sabe que ele e muitos seus colegas estão já a sofrer prejuízos por conta da escassez.

"[Quando parámos ao meio da estrada,] a cliente abandona-nos sem nenhum pagamento e nós temos que sair do local a empurrar a motorizada percorrendo quilómetros e com risco [de agressão] se for noite. Esta situação está a preocupar-nos muito", afirma.

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Origem da crise

Até na manhã desta terça-feira (03.01) a crise de combustível continuava. A DW apurou que de dez gasolineiras, apenas quatro forneciam combustível. Entretanto, sem gravar entrevista, os gestores apontaram a falta de descarregamento do navio no porto de Nacala, na província de Nampula, como estando na origem da crise.

O Governo de Nampula, através do chefe do departamento de Energias, nos Serviços Provinciais de Infra-Estrutura, Manuel Silvério, reconheceu que o problema deveu-se a dificuldades no descarregamento do navio no Porto de Nacala, mas garante que já foi resolvido.

"Houve problemas de carregamentos e alguns distribuidores tiveram dificuldades no carregamento ao nível do terminal [no Porto de Nacala], mas isto na semana passada. Mas até quarta-feira da semana passada já tinha sido ultrapassada. O que aconteceu é que o navio [transportando o combustível] não estava a conseguir atracar a nível das águas do Porto e alguns distribuidores acabaram ficando sem stok", relata.

Entretanto, Manuel Silvério lança a culpa aos gestores das gasolineiras, pela alegada má gestão: "Até esta semana que estamos a falar, não há nenhum problema de combustível. Se existe uma e outra bomba que não tem combustível é por causa da própria gestão".

Apesar da crise em algumas gasolineiras, o preço dos combustíveis ainda não alterou no mercado.

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