Netanyahu diz "não" a cessar-fogo em Gaza
30 de outubro de 2023Em declarações, em conferência de imprensa, Benjamin Netanyahu disse ainda que a comunidade internacional deve ajudar na luta pela libertação dos mais de 230 reféns israelitas capturados pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro.
"A comunidade internacional deve exigir a libertação imediata e incondicional dos reféns", afirmou Netanyahu.
O líder israelita afirmou que entre os reféns encontram-se 33 crianças e que o Hamas as está a "aterrorizar".
"Os pedidos de cessar-fogo são pedidos para que Israel se renda ao Hamas, se renda ao terrorismo, se renda à barbárie. Isso não vai acontecer", afirmou.
Netanyahu afirmou que Israel "lutará até que esta batalha seja ganha" e que o Exército está a fazer tudo o que está ao seu alcance para "evitar vítimas civis" em Gaza.
Também esta segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou que o Exército israelita está "a progredir metodicamente, passo a passo" na Faixa de Gaza, insistindo que o Hamas será derrotado e o enclave "será diferente".
"O Hamas será derrotado"
"Esta campanha levará tempo, haverá obstáculos, haverá dificuldades, haverá baixas, também haverá surpresas, mas no final prometo-vos uma coisa: o Hamas receberá um golpe muito forte. O Hamas será derrotado e Gaza será diferente", afirmou.
Netanyahu referiu-se ao avanço das suas tropas dentro da Faixa de Gaza, descrevendo que "está a acontecer em passos metódicos, mas poderosos, alcançando um progresso sistemático".
Este avanço, acrescentou, insere-se numa "terceira fase" do conflito com o Hamas e "apresenta mesmo oportunidades para obter a libertação" dos reféns capturados no ataque de 07 de outubro.
Segundo o primeiro-ministro israelita, o objetivo nesta guerra é "destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas", que controla de facto a Faixa de Gaza.
No âmbito desta ofensiva, Netanyahu pediu mais uma vez à população do território que parta para as cidades do sul do enclave, que disse ser uma "zona segura" para a qual Israel quer direcionar a ajuda humanitária.
"Objetivos contraditórios"
Em entrevista à DW, Gil Murciano, especialista em política externa israelita, diz que o país está a tentar equilibrar "três objetivos impossíveis ou contraditórios".
O primeiro objetivo que o Governo de Netanyahu tinha declarado, explica, "era o de provocar o colapso do Hamas". Depois, "trazer de volta os reféns". E finalmente, acrescenta, por causa da pressão dos Estados Unidos e do Egito, "criar uma espécie de corredor humanitário para os civis na Faixa de Gaza".
Gil Murciano diz ainda que, embora "toda a sociedade" em Israel tenha sido "recrutada e mobilizada para lutar contra o Hamas", a popularidade do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é "baixa". Ou seja, por um lado, existe confiança no "Exército e no sistema de segurança" de Israel, mas, por outro, uma "total desconfiança em relação à liderança política", acrescentou