1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Niassa: Autoridades apelam à solidariedade com deslocados

Conceição Matende
7 de janeiro de 2022

Em Moçambique, mais de 1.070 famílias de deslocados vão ser reassentadas. O secretário de Estado do Niassa pede apoios para quase 4.000 pessoas que fugiram dos ataques de insurgentes.

Ajuda dos Médicos Sem Fronteiras a deslocados em Cabo Delgado, Moçambique
Foto: Igor G. Barbero/MSF

Há um mês, homens armados espalharam o terror, mataram, queimaram casas e sequestraram residentes em várias localidades do distrito de Mecula, na província do Niassa.

Mais de mil famílias foram forçadas a abandonar os seus lares e a procurar abrigo em locais sem qualquer segurança, impedidas de ganharem o seu sustento. Agora, pretende-se que sejam reassentados na localidade de Macassangir, no distrito de Chimbonila.

No total, quase 4.000 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, fugiram de Naulala um e Naulala dois, Macalange, Licengue e Temene. Estão atualmente acampadas na sede do distrito de Mecula.

Niassa conta com ajuda da população

Segundo o secretário de Estado da província de Niassa, Dinis Vilanculo, a ajuda de todos é necessária.

"Apelo à população de Niassa e aos nossos parceiros de cooperação para continuarmos com o movimento de solidariedade", afirmou.

Enfermeira dá medicamentos a populações de Cabo DelgadoFoto: Igor G. Barbero/MSF

O governador quer mobilizar recursos, especialmente víveres para assegurar a alimentação dos deslocados. "Nós devíamos comparticipar porque eles ficaram sem nada, viram as suas habitações a serem incendiadas", explica.

Além de comida, são também necessárias roupas, enxadas e catanas, diz Vilanculo.

Segundo o secretário de Estado, as famílias vão ser reassentadas em breve. O plano é mover os deslocados da sede de Mecula para Macassangir: "No distrito de Chimbonila já foi identificada uma zona de reassentamento, ondem decorrem ações de preparação para o acolhimento dos nossos deslocados,"

Número de deslocados excede registos

Ainda assim, o administrador do distrito de Mecula aponta problemas. António Joaquim afirma que tem sob a sua gestão 1.192 famílias - 3.803 pessoas - mas admite que o número de famílias deslocadas devido aos ataques terroristas pode ser superior ao registado no centro de acolhimento.

O responsável garante que está a ser disponibilizado "o básico" para as pessoas sobreviverem: "temos farinha, arroz, feijão, ninguém passa o dia sem refeição". Confia também no trabalho das forças de segurança, para manter a segurança no distrito. "Neste momento, reina uma tranquilidade devido ao trabalho dos oficiais".

Apesar dos planos para reassentamento, há quem tema abandonar o distrito onde nasceu, como é o caso de Mateus Lino.

"Nós aqui, crescemos e fizemos as nossas famílias, machambas. Mas vamos fazer o quê, se ficarmos podemos morrer ou ser feridos, mais vale irmos para lá", afirma. "Mas queremos um lugar para fazermos as nossas machambas".

Instituto Agrário de Bilibiza segue em frente após ataque

03:29

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema

Mais sobre este tema

Ver mais artigos