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Niassa: Ex-comandante da PRM acusado de cobranças ilícitas

Conceição Matende
2 de junho de 2022

Um ex-comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) no Niassa é acusado de cobranças ilícitas e de ser o suposto cabecilha de um grupo armado, no distrito de Marrupa. PRM não quis comentar o caso.

Ex-comandante terá cobrado até 5.000 metecais de associação de recursos naturais em MarrupaFoto: DW/M. Sampaio

A denúncia foi feita pelo presidente da Associação de Exploração de Recursos Naturais no distrito de Marrupa, província moçambicana do Niassa. 

Segundo Rodrigues Carlos, quando associação solicitava a proteção policial para acessar a área do garimpo, eram feitas cobranças absurdas por parte do ex-comandante da PRM no local, Manuel Bacar, e os seus membros. Os valores chegariam a 5.000 meticais, o equivalente a cerca de 70 euros.

O líder da associação afirmou à DW que da última vez que solicitou a proteção da força policial, no início de maio, o comandante rejeitou o seu pedido.

Após este episódio, a mineradora terá sido assaltada por um dos membros da PRM alegadamente mandatado pelo seu comandante.

"O comandante mandava os polícias cobrarem 1.500 meticais por polícia e tinha a parte dele, que eram 5.000 meticais. E ele disse-me 'estás a querer abrir uma processo contra mim, mas serei eu a te processar'. A partir dali, negou-me dar a força policial e dois dias depois houve um assalto a mão armada [na mineradora]. Fui ao comandante e ele disse 'porque foste sozinho' [ao garimpo]", relatou Rodrigues Carlos.

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Acusado nega denúncia

O ex-comandante da PRM em Marrupa, Manuel Bacar, reagindo às acusações que pesam contra si, afirmou que as informações prestadas pelo presidente da Associação de Exploração de Recursos Naturais são infundadas.

"Eu desconheço plenamente isso, estou distante disso na plenitude destas acusações. As informações são infundadas, porque em nenhum momento a polícia vai trabalhar sozinha, no mínimo devem trabalhar duas pessoas. Ele tem de trazer elementos que provem tais acusações", defendeu-se o ex-comandante.

Ainda de acordo com Manuel Bacar, a associação de Rodrigues Carlos estaria a funcionar ilegalmente.

"Encontrei essa dita associação a funcionar de forma ilegal. A dado momento, impedi que as pessoas fossem lá, porque o que estava acontecer é que [a associação] vinha extorquindo as pessoas", acusou o ex-agente da PRM.

Polícia não quis comentar o caso

Segundo a Televisão de Moçambique, o ex-comandante encontra-se detido, acusado de ser o suposto cabecilha de um grupo de criminosos que assaltam cidadãos com recuso a armas de fogo. 

O comando da PRM no Niassa, na pessoa da sua porta-voz, Mirza Maguanda, preferiu não avançar mais detalhes sobre o assunto neste momento.

"Não temos nada a avançar neste momento, em momento oportuno a polícia pronunciar-se-á a respeito desta informação", disse Maguanda.