Nigéria: Boko Haram ataca base militar e mata pelo menos 30
AFP | Lusa | tms
1 de setembro de 2018
De acordo com fontes militares, ataque ocorreu na última quinta-feira (30.08) perto da fronteira com o Níger. Membros dos jihadistas também foram abatidos.
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Pelo menos 30 soldados nigerianos morreram em combate com os jihadistas do Boko Haram que invadiram uma base militar no nordeste do país, perto da fronteira com o Níger, disseram à agência de notícias France Presse (AFP) duas fontes militares este sábado (01.09).
"Perdemos pelo menos 30 homens em combates com os 'terroristas' do Boko Haram que atacaram as nossas tropas em Zari (perto da fronteira com o Níger) por volta das 16h locais de quinta-feira", declarou um oficial nigeriano, que falou à AFP sob a condição de anonimato.
Os militantes do Boko Haram pegaram armas e equipamentos militares antes de serem expulsos da base militar por tropas com apoio aéreo, disse uma segunda fonte que confirmou o mesmo número de soldados mortos.
Os extremistas, então, foram perseguidos e bombardeados por um jato de combate, disseram as fontes militares. "Os terroristas também sofreram uma grande baixa do bombardeio", afirmou um dos oficiais à AFP.
Num comunicado divulgado na sexta-feira (31.08), as forças armadas nigerianas confirmaram que as tropas lutaram contra os "insurgentes" do Boko Haram, que pretendiam saquear a comunidade e extorquir dinheiro dos moradores.
Ataques contra o exército
Este ataque, segundo a agência de notícias, ocorre num contexto de forte recrudescimento de ataques contra o exército nigeriano. A Nigéria tem sido palco, desde 2009, da violenta insurgência do grupo fundamentalista Boko Haram, que pretende criar um estado islâmico na zona norte daquele país.
O Presidente Muhammadu Buhari, que se recandidata nas eleições de fevereiro de 2019, foi eleito sob a promessa de erradicar o grupo jihadista, que já provocou mais de 20 mil mortos e milhões de deslocados desde 2009.
Em meados de agosto, centenas de militares manifestaram-se em Maiduguri, recusando ser destacados para zonas instáveis e sob ameaça do Boko Haram.
Nigéria: Dar e receber para sobreviver
Fugiram do grupo terrorista Boko Haram e vivem sem dinheiro no campo de refugiados de Bakasi, na Nigéria. A troca de produtos foi a solução que muitos encontraram para sobreviver e satisfazer necessidades básicas.
Foto: Reuters/A. Sotunde
Alguma autonomia
Os alimentos e os produtos doados nem sempre são os desejados. Dinheiro e trabalhos remunerados são raros no campo de refugiados de Bakasi, no nordeste da Nigéria. Com a troca de produtos, os refugiados encontraram uma maneira de satisfazer as suas necessidades.
Foto: Reuters/A. Sotunde
Dinheiro significa corrupção
"Nós não ganhamos dinheiro. Por isso é que fazemos as trocas", explica Umaru Usman Kaski. O refugiado quer trocar um molho de lenha no valor de 50 nairas (cerca de 11 cêntimos de euro) por alimentos para a família de oito membros. Muitos residentes preferiam receber dinheiro. Mas o risco é grande porque a corrupção na rede de distribuição do campo é generalizada.
Foto: Reuters/A. Sotunde
Arroz em troca de farinha
Falmata Madu (à dir.) troca arroz pela farinha de milho de Hadisa Adamu. As refugiadas fazem parte dos dois milhões de pessoas que fugiram do Boko Haram. Uns refugiaram-se no interior do país, outros no estrangeiro. Há mais de oito anos que o grupo terrorista aterroriza o nordeste da Nigéria, onde quer estabelecer um califado. Segundo a ONU, esta é uma das piores crises humanitárias mundiais.
Foto: Reuters/A. Sotunde
Milhares de refugiados
Há 670.000 refugiados nos vários campos espalhados pelo nordeste da Nigéria. No campo de Bakasi, nos arredores da cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno, vivem 21 mil pessoas. Em troca do seu milho, Falmata Ahmadu recebe folhas de amaranto de Musa Ali Wala.
Foto: Reuters/A. Sotunde
"Não havia mais nada"
Abdulwahal Abdulla não gosta muito de peixe. Mas as pequenas tilápias foram a única coisa que conseguiu comprar porque os produtos são muitos escassos. Em vez do peixe seco, que custou 150 nairas (cerca de 36 cêntimos de euro), o refugiado de 50 anos, que vive no campo de Bakasi há três anos, preferia ter comprado óleo.
Foto: Reuters/A. Sotunde
Necessidades alteram-se
Nasiru Buba (à dir.) comprou detergente com o dinheiro que conseguiu a trabalhar como porteiro na cidade. Na altura, não precisava de nada especial. Agora precisa urgentemente de amendoins, mas já não tem dinheiro. "A minha mulher acabou de ter um bébé, mas não tem leite", diz Buba. Acredita-se que os amendoins estimulam a produção de leite.
Foto: Reuters/A. Sotunde
Violência sem fim à vista
Maiduguri é considerada o berço do Boko Haram e centro de violência. Em finais de dezembro de 2017, pelo menos nove pessoas morreram num ataque do grupo terrorista na capital do estado de Borno. Face a este cenário, é pouco provável que os refugiados deixem o campo de Bakasi em breve. Por enquanto, a troca direta de bens deverá continuar.