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TerrorismoNigéria

Boko Haram usou mais de 200 crianças em ataques suicidas

EFE | Lusa | tms
25 de julho de 2020

Jihadistas usaram pelo menos 203 crianças, a maioria meninas, nos ataques suicidas que realizaram entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019. ONU alerta contra violações sofridas por menores na Nigéria e países vizinhos.

Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Delay

"As crianças da Nigéria e de países vizinhos continuam a sofrer horrendas violações cometidas pelo Boko Haram", vincou a representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflito Armado, Virginia Gamba, citada pela agência de notícias EFE.

Segundo um relatório da ONU, durante um período de quase três anos, aconteceram um total de 5.751 violações graves contra menores, sendo a mais comum o recrutamento (3.061) e posterior uso como 'crianças bomba' (146 meninas e 57 meninos).

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O documento das Nações Unidas aponta ainda que as menores são também usadas como escravas sexuais ou em tarefas de apoio como cozinheiros ou porteiros. Ainda há registo de casos de prisão de crianças por suposta ligação delas ou dos pais com o grupo jihadista.

Vítimas fatais e recrutamento

Pelo menos 1.133 menores morreram ou foram mutilados no nordeste da Nigéria devido a ataques do Boko Haram, enquanto 280 sofreram mutilações na sequência de ofensivas realizadas pelas forças de segurança nigerianas.

Segundo realça ainda o relatório, dos 3.061 casos de recrutamento, 1.385 foram promovidos pelo Boko Haram, "a maioria através de sequestro".

Mais de 2 mil recrutamentos foram realizados pela  Força Civil Conjunta, um grupo local de apoio às forças de segurança nigerianas, criado em 2013. Em setembro de 2017, este grupo criou um plano de ação junto da ONU e UNICEF para acabar com esta prática.

"O progresso tem sido constante e não se verificaram novos casos de recrutamento desde que foi firmado este plano de ação", sublinhou Virginia Gamba no documento.

Na última década, Boko Haram e os jihadistas do Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap) assassinaram mais de 27 mil pessoas, obrigando à deslocação de mais de três milhões, segundo os dados da ONU.

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