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HistóriaAlemanha

Nigéria pede à Alemanha devolução de obras de arte roubadas

DW (Deutsche Welle)
17 de dezembro de 2020

O embaixador da Nigéria na Alemanha enviou uma carta ao Governo de Berlim a pedir a devolução a África de vários bens culturais roubados, entre os quais os Bronzes do Benim. A Alemanha ainda não reagiu ao pedido.

Geraubte Kulturgüter aus der Kolonialzeit
Foto: Wolfgang Kluge/picture alliance

Em entrevista à DW, o embaixador da Nigéria na Alemanha, Yusuf Tuggar, revelou que há um ano que enviou uma carta ao Governo alemão a pedir a devolução das propriedades culturais roubadas, que incluem os Bronzes do Benim, mas ainda não obteve nenhuma resposta de Berlim.

"É a continuação da posição que a Nigéria assumiu desde a independência. A Nigéria tem apelado constantemente à devolução das propriedades culturais roubadas, que incluem os Bronzes do Benim, as obras de arte Ife, bem como a terracota Mok. Por isso, estou apenas a prosseguir essa defesa", disse Tuggar em entrevista ao canal televisivo da emissora internacional da Alemanha.

Os Bronzes do Benim, considerados um dos maiores tesouros de África, estão entre os itens a serem exibidos no Fórum Humboldt. Os bronzes foram saqueados pelos britânicos, em 1897, no antigo Reino do Benim, no que é hoje o sul da Nigéria. A Alemanha tem uma das maiores coleções de bronzes do mundo.

Embaixador estranha silêncio da Alemanha

Para o nigeriano, faz todo o sentido levar de volta essas peças culturais para que a nova geração possa revistar a história do país. "Duzentos milhões de nigerianos merecem ver essas propriedades culturais", sublinha.

Yusuf Tuggar, embaixador da Nigéria na AlemanhaFoto: DW/F. Görner

O diplomata nigeriano na Alemanha estranha o silêncio das autoridades alemãs em relação ao pedido de devolução das peças roubas. "É bastante peculiar, porque as embaixadas representam países noutros Estados, noutros países, e a comunicação oficial emana da embaixada dentro do país que está a ser comunicado. Portanto, não estávamos à espera desta resposta silenciosa da Alemanha", disse na entrevista à DW.

Na opinião de Yusuf Tuggaré, o momento é oportuno, já que há uma agitação espalhada por todo o mundo e está diretamente ligada ao legado colonial.

"É preciso lembrar que o saque do Benim, o massacre do Benim, aconteceu 12 anos após a Conferência de Berlim, em 1897. Portanto, está diretamente ligado a isso e exibir tais obras de arte roubadas, tais propriedades culturais roubadas em Berlim, onde a conferência teve lugar, é que dá a sensação de uma espécie de riso na sua cara, por falta de uma frase melhor", defendeu.

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