Nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala assume liderança da OMC
DW (Deutsche Welle)
1 de março de 2021
A primeira mulher africana e negra a liderar a Organização Mundial do Comércio deu início aos trabalhos esta segunda-feira (01.03). A economista tem como prioridade abordar as consequências económicas da Covid-19.
Ngozi Okonjo-Iweala é formada em Economia pela Universidade de HarvardFoto: Fabrice Coffrini/AFP
Formada em Economia pela Universidade de Harvard e doutora pelo Massachusetts Institute of Techology, Ngozi Okonjo-Iweala tem como prioridade abordar as consequências económicas da pandemia de Covid-19.
"A nossa organização enfrenta muitos desafios, mas trabalhando juntos podemos tornar a OMC mais forte, ágil e melhor adaptada às realidades de hoje '', afirmou em fevereiro.
Com uma carreira de 25 anos no Banco Mundial, a economista nigeriana acredita no poder do comércio para ajudar os países em desenvolvimento a sair da pobreza.
Apoio unânime
Ngozi Okonjo-Iweala foi nomeada oficialmente ao comando da OMC a 15 de fevereiro com um amplo apoio dos membros da OMC, incluindo China, União Europeia, União Africana, Japão e Austrália. A nigeriana substitui o brasileiro Roberto Azevedo, que se demitiu um ano antes do previsto, no final de agosto de 2020.
De acordo com a revista de negócios norte-americana Forbes, Okonjo-Iweala foi "creditada com o desenvolvimento de programas de reforma que ajudaram a melhorar a transparência governamental e a estabilizar a economia". A revista a classificou no 48º lugar no top 50 do ranking "Power Women" de 2015.
Em entrevista à DW, Amara Nwankpa, diretora da Iniciativa de Políticas Públicas da Fundação Shehu Musa Yar'Adua, uma organização sem fins lucrativos nigeriana, diz que os antecedentes da economista demonstram que "ela traz para este trabalho competências em negociações internacionais e capacidade de liderança para enfrentar os principais desafios que o mundo enfrenta atualmente".
"É exatamente a pessoa de que o mundo precisa ao leme do comércio internacional nestes tempos turbulentos", acrescentou.
Quem são as mulheres mais poderosas de África?
Nove mulheres africanas dão que falar no mundo da política e dos negócios, geralmente dominado por homens. Saiba quem são e como se têm destacado.
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Primeira mulher Presidente em África
Ellen Johnson Sirleaf foi a primeira mulher eleita democraticamente num país africano. De 2006 a 2018, governou a Libéria, lutando contra o desemprego, a dívida pública e a epidemia do ébola. Em 2011, ganhou o Prémio Nobel da Paz por lutar pela segurança e direitos das mulheres. Atualmente, lidera o Painel de Alto Nível da ONU sobre Migração em África.
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Um grande passo para as mulheres etíopes
Sahle-Work Zewde foi eleita, em outubro, Presidente da Etiópia. O poder no país é exercido pelo primeiro-ministro e o Conselho de Ministros. Entretanto, a eleição de uma mulher para a cadeira presidencial é considerada um grande avanço na sociedade etíope, onde os homens dominam os negócios e a política. Mas isto está a mudar. Hoje em dia, metade do Governo é formado por mulheres.
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Mulher mais rica de África
Isabel dos Santos tem uma reputação controversa em Angola. É filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que a colocou na administração da Sonangol em 2016. Mas o novo Presidente, João Lourenço, luta contra o nepotismo e despediu Isabel dos Santos. Mesmo assim, dos Santos ainda detém muitas participações empresariais e continua a ser a mulher mais rica de África, segundo a revista Forbes.
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Magnata do petróleo e benfeitora da Nigéria
1,6 mil milhões de dólares norte-americanos é a fortuna da nigeriana Folorunsho Alakija. A produção de petróleo faz com que a dona da empresa Famfa Oil seja a terceira pessoa mais rica da Nigéria. Com a sua fundação, a mulher de 67 anos apoia viúvas e órfãos. Também é a segunda mulher mais rica de África, apenas ultrapassada pela fortuna de Isabel dos Santos de 2,7 mil milhões (segundo a Forbes).
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Oficial da dívida da Namíbia
Na Namíbia, uma mulher lidera o Governo: desde março de 2015, Saara Kuugongelwa-Amadhila é primeira-ministra – e a primeira mulher neste escritório na Namíbia. Anteriormente, foi ministra das Finanças do país e perseguiu uma meta ambiciosa: reduzir a dívida nacional. A economista é membro da Assembleia Nacional da Namíbia desde 1995.
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Discrição e influência
Jaynet Kabila é conhecida pela sua discrição e cuidado. Irmã gémea do ex-Presidente congolês Joseph Kabila, é membro do Parlamento da República Democrática do Congo e também é dona de um grupo de meios de comunicação. Em 2015, a revista francesa Jeune Afrique apontou-a como a pessoa mais influente do Governo na RDC.
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Triunfo diplomático
A ex-secretária de Estado do Ruanda, Louise Mushikiwabo, será secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia em 2019. Isto, mesmo depois de o país ter assumido o inglês como língua oficial há mais de 10 anos. A escolha de Mushikiwabo para o cargo é vista como um triunfo diplomático. O Presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos apoiantes da sua candidatura.
Outra mulher influente: a nigeriana Amina Mohammed, vice-secretária-geral das Nações Unidas desde 2017. Entre 2002 e 2005, já tinha trabalhado na ONU no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Mais tarde, foi assessora especial do então secretário-geral, Ban Ki-moon, e, por um ano, foi ministra do Meio Ambiente na Nigéria.
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A ministra dos recordes no Mali
Recente no campo da política externa, Kamissa Camara é a mais jovem na política e primeira ministra do Exterior da história do Mali. Aos 35 anos, foi nomeada para o cargo pelo Presidente Ibrahim Boubacar Keïta e é agora uma das 11 mulheres no Governo. No total, o gabinete maliano tem 32 ministros.