Leymah Roberta Gbowee, ativista liberiana dos Direitos Humanos que foi Nobel da Paz em 2011, foi distinguida com o Prémio Democracia, na sexta-feira (16.11), em Bona, Alemanha.
Publicidade
O prémio no valor de 10.000 euros foi-lhe atribuído pelo seu trabalho como ativista durante a Guerra Civil da Libéria, que durou 14 anos (1989-2003).
Leymah Roberta Gbowee trabalhou com milhares de pessoas, independentemente das fronteiras religiosas e étnicas, permitindo que meninas e mulheres tivessem melhor acesso à educação, considerou o comité da Associação Internacional do Prémio Democracia, que a apelidou de "pacificadora corajosa".
No Twitter, a Campanha SDG Ação da ONU partilhou a seguinte publicação:
O prémio é atribuído desde 2009 e distingue de dois em dois anos pessoas e instituições responsáveis por contribuírem para a democratização e afirmação dos Direitos Humanos. Desde 2010 o prémio é entregue a cada dois anos.
Leymah Roberta Gbowee venceu o Prémio Nobel da Paz em 2011. Trabalhou nas ruas da Libéria junto de crianças e jovens vítimas da Guerra Civil liberiana que assolou o país durante 14 anos.
De 2001 a 2005, a ativista foi coordenadora de programas da iniciativa "Rede Mulheres na Construção da Paz”. Em 2002, fundou um movimento que iniciou protestos não violentos de mulheres contra a guerra. Centenas de mulheres muçulmanas e cristãs participaram em conjunto em orações de paz organizadas por aquele movimento na capital liberiana, Monróvia.
Entre os vencedores anteriores do Prémio Democracia estão o ex-presidente checo Vaclav Havel (2009), a iraniana Shirin Ebadi (2010), o presidente da primeira Comissão Constituinte da Tunísia, Yadh Ben Achour (2012), a organização Repórteres Sem Fronteiras (2014) e Federica Mogherini (2016), Alta Representante da União Europeia para Política Externa e Segurança.
Quem são as mulheres mais poderosas de África?
Nove mulheres africanas dão que falar no mundo da política e dos negócios, geralmente dominado por homens. Saiba quem são e como se têm destacado.
Foto: picture-alliance/dpa/epa/B. Fonseca
Primeira mulher Presidente em África
Ellen Johnson Sirleaf foi a primeira mulher eleita democraticamente num país africano. De 2006 a 2018, governou a Libéria, lutando contra o desemprego, a dívida pública e a epidemia do ébola. Em 2011, ganhou o Prémio Nobel da Paz por lutar pela segurança e direitos das mulheres. Atualmente, lidera o Painel de Alto Nível da ONU sobre Migração em África.
Foto: picture-alliance/dpa/EFE/EPA/J. Lizon
Um grande passo para as mulheres etíopes
Sahle-Work Zewde foi eleita, em outubro, Presidente da Etiópia. O poder no país é exercido pelo primeiro-ministro e o Conselho de Ministros. Entretanto, a eleição de uma mulher para a cadeira presidencial é considerada um grande avanço na sociedade etíope, onde os homens dominam os negócios e a política. Mas isto está a mudar. Hoje em dia, metade do Governo é formado por mulheres.
Foto: Getty Images/AFP/E. Soteras
Mulher mais rica de África
Isabel dos Santos tem uma reputação controversa em Angola. É filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que a colocou na administração da Sonangol em 2016. Mas o novo Presidente, João Lourenço, luta contra o nepotismo e despediu Isabel dos Santos. Mesmo assim, dos Santos ainda detém muitas participações empresariais e continua a ser a mulher mais rica de África, segundo a revista Forbes.
Foto: picture-alliance/dpa/epa/B. Fonseca
Magnata do petróleo e benfeitora da Nigéria
1,6 mil milhões de dólares norte-americanos é a fortuna da nigeriana Folorunsho Alakija. A produção de petróleo faz com que a dona da empresa Famfa Oil seja a terceira pessoa mais rica da Nigéria. Com a sua fundação, a mulher de 67 anos apoia viúvas e órfãos. Também é a segunda mulher mais rica de África, apenas ultrapassada pela fortuna de Isabel dos Santos de 2,7 mil milhões (segundo a Forbes).
Foto: picture-alliance/NurPhoto/A. Ajayi
Oficial da dívida da Namíbia
Na Namíbia, uma mulher lidera o Governo: desde março de 2015, Saara Kuugongelwa-Amadhila é primeira-ministra – e a primeira mulher neste escritório na Namíbia. Anteriormente, foi ministra das Finanças do país e perseguiu uma meta ambiciosa: reduzir a dívida nacional. A economista é membro da Assembleia Nacional da Namíbia desde 1995.
Foto: Getty Images/AFP/H. Titus
Discrição e influência
Jaynet Kabila é conhecida pela sua discrição e cuidado. Irmã gémea do ex-Presidente congolês Joseph Kabila, é membro do Parlamento da República Democrática do Congo e também é dona de um grupo de meios de comunicação. Em 2015, a revista francesa Jeune Afrique apontou-a como a pessoa mais influente do Governo na RDC.
Foto: Getty Images/AFP/J. D. Kannah
Triunfo diplomático
A ex-secretária de Estado do Ruanda, Louise Mushikiwabo, será secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia em 2019. Isto, mesmo depois de o país ter assumido o inglês como língua oficial há mais de 10 anos. A escolha de Mushikiwabo para o cargo é vista como um triunfo diplomático. O Presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos apoiantes da sua candidatura.
Outra mulher influente: a nigeriana Amina Mohammed, vice-secretária-geral das Nações Unidas desde 2017. Entre 2002 e 2005, já tinha trabalhado na ONU no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Mais tarde, foi assessora especial do então secretário-geral, Ban Ki-moon, e, por um ano, foi ministra do Meio Ambiente na Nigéria.
Foto: picture-alliance/empics/B. Lawless
A ministra dos recordes no Mali
Recente no campo da política externa, Kamissa Camara é a mais jovem na política e primeira ministra do Exterior da história do Mali. Aos 35 anos, foi nomeada para o cargo pelo Presidente Ibrahim Boubacar Keïta e é agora uma das 11 mulheres no Governo. No total, o gabinete maliano tem 32 ministros.