A Deutsche Welle (DW) publica a nota de esclarecimento enviada pela organização Global Alliance for Improved Nutrition (GAIN).
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O comunicado da GAIN surge na sequência da notícia sobre a qualidade da água consumida em Moçambique, publicada pela DW, no dia 13 de julho de 2017, e diz o seguinte:
"A Global Alliance for Improved Nutrition – GAIN é uma organização não-governamental internacional sediada na Suíça e está representada em Moçambique desde 2011. A GAIN implementa atividades em Moçambique, como um dos principais parceiros do setor de nutrição, mobilizando parcerias público-privadas e fornecendo assistência técnica e financeira para a melhoria do acesso a alimentos seguros e nutritivos, incluindo alimentos fortificados, para as comunidades mais vulneráveis à desnutrição. Em menos de uma década e desde o seu lançamento, a GAIN expandiu as suas operações trabalhando com governos e agências internacionais através de projetos que envolvem mais de 600 empresas privadas e organizações da sociedade civil em mais de 30 países em todo o mundo. As atividades da GAIN atingem mais de um bilhão de pessoas e proporcionam acesso a alimentos seguros e nutritivos, incluindo alimentos fortificados.
No dia 13 de julho de 2017, foi publicado um artigo sobre a qualidade da água consumida em Moçambique, onde foram apresentados dados numéricos de um estudo, cuja autoria foi atribuída à GAIN.
A presente nota de esclarecimento serve para clarificar que as evidências desse estudo não pertencem à organização, bem como não se tratam de informações colhidas ou partilhadas pela diretora nacional da GAIN, Katia dos Santos Dias, uma vez que o objetivo principal desta organização é especificamente na área da nutrição e qualidade e segurança dos alimentos, através do aumento do acesso a alimentos nutritivos. Por outro lado, a GAIN nunca realizou nem promoveu um estudo relacionado com a qualidade da água consumida em Moçambique.
O pronunciamento feito pela diretora nacional da GAIN foi no âmbito da reunião de apresentação do relatório de avaliação da capacidade dos Laboratórios Nacionais de Águas e Alimentos de Maputo, Beira e Nampula, organizado pelo Ministério da Saúde e apoiado pela GAIN.
Ainda dentro do seu plano de ação para a segurança e qualidade dos alimentos, a GAIN apoiou na realização de uma formação aos técnicos de laboratório como forma de enaltecer o papel dos laboratórios na monitoria, controlo e segurança dos alimentos, no combate à desnutrição crónica em Moçambique.
A reunião e formação foram organizadas num enquadramento específico de controlo da qualidade dos alimentos, por parte dos laboratórios uma vez que os mesmos se têm dedicado mais à análise das águas, sendo necessário intensificar mais as análises periódicas aos alimentos, dentro do contexto dos alimentos nutritivos, incluindo os produtos fortificados".
Dessalinização de água com tecnologia europeia em Cabo Verde
Em Cabo Verde, as reservas naturais de água são escassas e a estação chuvosa dura apenas três meses por ano. Governo aposta na dessalinização da água do mar para abastecer a população. Mais de 55% da produção perde-se.
Foto: DW/C. Teixeira
Água fresca para os cabo-verdianos
Em Cabo Verde, a dessalinização garante água fresca para cerca de 80% da população. O país aposta no sistema de osmose inversa para produzir água doce. A Electra, Empresa Pública de Electricidade e Água, é responsável pela produção e distribuição da água dessalinizada nas ilhas de São Vicente, Sal e na Cidade da Praia. Na foto, visão parcial da central dessalinizadora da Electra na capital.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Dessalinização por osmose inversa
O processo de dessalinização por osmose inversa é uma moderna tecnologia de purificação da água que consiste em diversas etapas de filtragem. Logo após a captação, a água do mar passa pelos filtros de areia, que têm por finalidade eliminar impurezas e resíduos sólidos maiores. Na foto, os dois grandes cilindros são os filtros de areia de uma das unidades de dessalinização na Cidade da Praia.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Várias etapas de filtragem
Depois, a água é novamente filtrada, desta vez por micro filtros. Os dois cilindros azuis que se podem ver na foto possuem uma alta eficiência na remoção de resíduos sólidos minúsculos - como moléculas e partículas. Essas duas pré-filtragens preparam a água para passar pelo processo de osmose inversa.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Sob alta pressão
O aparelho azul (na foto) é uma bomba de alta pressão. Aplica uma forte pressão na água do mar, que é distribuída pelos cilindros brancos. No interior, encontram-se membranas semipermeáveis por onde a água é forçada a passar. Neste processo de filtragem, consegue-se a retenção de sais dissolvidos. Obtém-se a água doce e a salmoura - solução com alta concentração de sal - que é devolvida ao mar.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Volume do abastecimento
Na Cidade da Praia, funcionam duas unidades dessalinizadoras da Electra, com capacidade para produzir 15.000m3 de água doce por dia. Pelo menos 60% da população da capital recebe a água dessalinizada da Electra. Na foto, uma visão parcial da unidade mais moderna de Santiago, em funcionamento desde 2013. A Electra é reponsável pelo abastecimento de água de mais de metade da população do país.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Controlo de qualidade
A água doce produzida é analisada num laboratório onde é feito o controlo de qualidade. De acordo com a Electra, a transferência da água para consumo só é autorizada se apresentar as condições estabelecidas nos protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na foto, a engenheira bioquímica Elisângela Moniz mostra as placas utilizadas para a contagem de coliformes totais e fecais.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Moderna tecnologia europeia
Cabo Verde utiliza tecnologias europeias, espanhola e austríaca, para a dessalinização da água do mar. Na foto, o reservatório de água da empresa austríaca Uniha, que tem capacidade para armazenar 1.500 m3 de água. A água dessalinizada não fica parada aqui: é constantemente bombeada para os reservatórios de distribuição existentes ao longo da Cidade da Praia.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Grandes perdas
Esses equipamentos são responsáveis por bombear a água para os tanques de distribuição da Cidade da Praia. No entanto, cerca de 55% de toda a produção é perdida durante este processo. As perdas são causadas por fugas de água em tubulações e reservatórios antigos para onde a água é enviada antes de chegar ao consumidor.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Desafios e esforços para produzir água
O engenheiro António Pedro Pina, diretor de Planeamento e Controlo da Electra, diz que os maiores desafios da empresa são "garantir a continuidade na produção, estabilidade na distribuição e combater as perdas que, neste momento, estão em cifras proibitivas". Pina defende, no entanto, que "tem sido feito um esforço enorme para garantir a continuidade da distribuição da água" em Cabo Verde.
Foto: DW/C.V. Teixeira
Recurso natural abundante
Terminado o processo de dessalinização, a água com alta concentração de sal, denominada salmoura, é devolvida ao mar. Composto por 10 ilhas, o arquipélago cabo-verdiano encontra-se cercado por uma fonte inesgotável para a produção de água potável. Os cabo-verdianos têm assim o recurso natural abundante para garantir à população o abastecimento de água dessalinizada e limpa, constantemente.
Foto: DW/C. V. Teixeira
Preço da água ainda é alto
A água dessalinizada pela Electra em Santiago abastece os moradores da Cidade da Praia. Na foto, moradores do bairro Castelão, na capital cabo-verdiana, compram água no chafariz público - um dos poucos que ainda restam no país. Cada bidão de cerca de 30 litros de água custa 20 escudos cabo-verdianos (cerca de 0,20 euros). O valor é considerado alto por muitos cabo-verdianos.