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EducaçãoGuiné-Bissau

Novo ano letivo: Escolas às moscas na Guiné-Bissau

Iancuba Dansó (Bissau)
9 de outubro de 2023

Arrancou hoje o ano letivo na Guiné-Bissau, mas as escolas públicas ficaram praticamente vazias. O Governo garante, porém, que este será um ano de "estabilização do sistema educativo" após sucessivas greves.

Escola na Guiné-Bissau
Foto: DW

Tradicionalmente, na Guiné-Bissau, não há aulas no dia do início do ano letivo. E foi isso que aconteceu esta segunda-feira (09.10). As salas ficaram vazias - sem alunos, nem professores - numa altura em que várias escolas públicas da capital guineense continuam a resolver problemas técnicos para criar condições para o funcionamento em pleno das aulas. 

Na Unidade Escolar 23 de Janeiro, há ainda trabalhos a decorrer, como a pintura das salas de aula, os arranjos nas portas e a distribuição dos horários aos professores.

O diretor da escola, Miguel Alfredo Negana, promete que tudo vai estar brevemente em ordem: "Como estamos ainda na reabilitação da escola, não vamos ter a possibilidade de iniciar hoje na sua plenitude, mas, na próxima semana, a escola já vai arrancar".

Tudo a postos para o início das aulas

No Liceu Dr. Agostinho Neto, o subdiretor Cesário Matias garantiu à DW África que estão criadas todas as condições técnicas para o início das aulas, mas culpa os alunos pelo atraso.

"Devemos trabalhar todos para quebrar esta tradição de que, no primeiro dia de aulas, é sempre difícil o reencontro com os alunos. Ficam em casa a perguntar se tudo correu bem, caso contrário eles não vêm", lamenta.

Subdiretor do Liceu Dr. Agostinho Neto, Cesário Matias Foto: DW

As escolas públicas guineenses foram afetadas nos últimos anos por sucessivas greves dos sindicatos, que exigem o pagamento de salários e a aplicação de vários diplomas a seu favor. Por isso, o ensino público perdeu milhares de alunos a favor das escolas privadas, que não param de aumentar. 

Alunos confiam no Governo

No entanto, na abertura do novo ano letivo, o primeiro-ministro Geraldo Martins deixou uma garantia: "O ano letivo 2023/2024 será o ano letivo de estabilização do sistema educativo".

Segundo Geraldo Martins, isso significa criar "condições para que os 60 mil alunos que saíram do sistema educativo no ano passado e que não tiveram professores possam regressar, além de criar condições para que o ano letivo comece atempadamente e para que se desenrole sem grandes sobressaltos". 

"Estamos à espera de um ano letivo muito diferente do ano passado, porque este Governo tem vontade de trabalhar, basta vermos para o que o primeiro-ministro disse", disse um dos poucos alunos que foram até às escolas no primeiro dia do novo ano escolar. 

"O Governo é muito rigoroso em relação à situação do ensino. Por isso, estou à espera que este seja o melhor ano letivo", afirmou outro aluno ouvido pela DW África. 

Escolas na Guiné-Bissau continuam sem aulas

01:43

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