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Novo Estado, nova moeda no Sudão do Sul

18 de julho de 2011

O Sudão do Sul introduziu hoje uma nova moeda. O país quer mostrar a sua independência, não só com a sua bandeira nacional ou o seu hino, mas também com um passaporte próprio e a libra sul-sudanesa.

O Sudão do Sul tornou-se independente a 9 de JulhoFoto: AP

Centenas de jovens do Sudão do Sul entoaram cânticos e dançaram para celebrar a independência do país no dia 9 de julho, na capital, Juba.

O Sudão do Sul proclamava oficialmente a sua independência como o 54º Estado africano, depois de duas décadas de guerra civil. E foi decidido que um dos primeiros atos do novo governo seria colocar em circulação uma nova moeda.

Depois de várias discussões sobre o período em que deveria decorrer a operação, o governo decidiu-se finalmente pela introdução imediata da moeda, a partir desta segunda-feira, 18 de julho. Agora, haverá um período de transição de dois meses, em que a população "pode ir aos bancos para trocar a velha moeda pela nova", de acordo com o ministro sul-sudanês da informação, Barnaba Marial Benjamin.

As novas notas de banco são fabricadas na Grã-Bretanha e têm, num lado, a figura de John Garang, o ex-chefe do exército para a libertação do povo da região sul do Sudão e, no outro, imagens dos símbolos da jovem nação.

Símbolos nacionais do novo paísFoto: DW/Schlindwein

Muitas dúvidas…

A nova moeda tem a mesma paridade com a que circula no norte, mas muitos interrogam-se como é que esta prática pode ser aplicada no quotidiano das pessoas.

Não é ainda claro se os sudaneses poderão fazer as suas compras no norte com a nova moeda ou o que irá acontecer se forem feitas compras com as notas velhas no norte. Questões que continuarão a ser atuais, principalmente depois do presidente do Sudão, Omar al-Bashir, ter anunciado que Cartum terá também muito em breve a sua própria moeda.

Adel Abdelaziz, especialista económico no centro de Estudos Internacionais e Africanos, em Cartum, diz que compreende a atitude do governo de al-Bashir e refere duas razões principais para colocar em circulação uma nova moeda no norte.

Em primeiro lugar, diz, “porque nas cédulas bancárias continua a estar impresso o mapa do Sudão unido, ou seja, antes da separação do sul. Em segundo lugar, porque uma parte importante da moeda do norte se encontra no sul”, lembra. Por isso, refere, “é indispensável para a estabilidade da moeda que toda esta quantidade de notas bancárias permaneça no interior das fronteiras do Sudão”.

Segundo Adel Abdelaziz, a introdução da nova moeda não terá repercussões negativas nas relações entre o norte e o sul. Os dois Estados têm interesses económicos comuns e as suas respetivas independências. O norte necessita do sul, com grandes jazigos de petróleo. O sul precisa do norte para exportar o chamado "ouro negro".

Autores: Katrin Ogunsade / António Rocha

Edição: Guilherme Correia da Silva

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