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Novo presidente do BAD dá prioridade ao combate à pobreza

António Cascais1 de junho de 2015

A eleição do nigeriano Akinwumi Adesina foi aplaudida internacionalmente. Disponibilizar créditos para recuperar bairros degradados nas cidades é um dos objetivos do novo presidente do Banco Africano de Desenvolvimento.

Foto: AFP/Getty Images/E. Piermont

Akinwumi Adesina foi eleito presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) na passada quinta-feira (28.05), em Abidjan, Costa do Marfim. O atual ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Nigéria derrotou o chadiano Bedoumra Kordjé e a cabo-verdiana Cristina Duarte na última ronda de negociações.

Akinwumi Adesina, de 55 anos, casado e pai de dois filhos, trabalhou vários anos numa organização não-governamental de capitais norte-americanos que apoiava o meio rural africano. Ao mesmo tempo não menospreza os grandes projetos industriais de infraestrutura transnacional.

O nigeriano ocupará o cargo de presidente do BAD em setembro e sucederá ao economista ruandês Donald Kaberuka, que ocupava a presidência desde 2005. Até agora, o banco fundado nos anos 60 foi liderado por representantes de países mais pequenos. Nos anos 80, vários países europeus aderiram ao BAD, entre eles Portugal e Alemanha. O objetivo do banco é financiar projetos, sobretudo transnacionais, importantes para o desenvolvimento do continente africano.

Prioridades

Em entrevista à DW África, Akinwumi Adesina fala das suas prioridades à frente do mais importante banco de desenvolvimento africano. Uma delas é a disponibilização de créditos para a recuperação dos muitos bairros degradados nas grandes cidades africanas.

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"África enfrenta hoje um grave problema de requalificação e recuperação dos muitos bairros de lata, estejam eles em Lagos, em Kinshasa, no Cairo, em Nairobi ou em qualquer outra cidade. E é importante combater a pobreza nessas e noutras megacidades do continente", afirma.

Segundo Akinwumi Adesina , em África existem apenas "pequenas ilhas de bem-estar, no meio de imensos oceanos de pobreza", espaços pobres que "precisam de água e saneamento e também de modernos sistemas de transportes públicos, para que as pessoas tenham acesso aos seus postos de trabalhos nos centros urbanos."

Para o novo presidente do BAD, "é importante que África deixe de ser conotada apenas com bairros de lata." E para que isso aconteça é preciso "uma infraestrutura inteligente", conclui.

Desilusão em Cabo Verde

A cabo-verdiana Cristina Duarte ficou em terceiro lugar entre oito concorrentes. Trata-se de um bom resultado, em termos relativos, mas não deixa de ser uma derrota, afirmam observadores.

Cristina Duarte, ministra das Finanças de Cabo verdeFoto: DW/Nélio dos Santos

A decepção é grande e as críticas sucedem-se, sobretudo devido à polémica em torno do uso de dinheiro público para a campanha de Cristina Duarte. Estas críticas foram já rejeitadas pelo chefe do Governo de Cabo Verde. Segundo José Maria Neves, o dinheiro público utilizado para a apoiar a candidatura da sua ministra das Finanças foi pouco, sobretudo tendo em conta as enormes quantias que outros países investiram nas candidaturas de cidadãos seus.

A candidatura, mais que cabo-verdiana, era lusófona, uma vez que a atual ministra cabo-verdiana das Finanças nasceu em Lisboa e cresceu em Luanda. "Uma candidatura lusófona, feminina e de um país insular. Uma oportunidade de fazermos história juntos", sublinhou Cristina Duarte na apresentação da sua candidatura na representação do BAD em Cabo Verde.

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