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Nyusi: "Corrupção trava desenvolvimento moçambicano"

10 de junho de 2019

Para o Presidente Filipe Nyusi, vários fatores travam o desenvolvimento de Moçambique, entre eles a corrupção e os ataques em Cabo Delgado. Em reunião, em Quelimane, Nyusi também discutiu estratégias para as eleições.

Foto: DW/M. Mueia

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu a ajuda da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional para acabar com conflito armado em Cabo Delgado, no norte do país. Também discutiu estratégias para o seu partido, a FRELIMO, vencer as eleições gerais de 15 de outubro.

O estadista falava na noite deste domingo (09.06), na abertura do segundo encontro nacional dos combatentes que decorreu em Quelimane, na província da Zambézia.

Foram vários os fenómenos que afetaram o mandato do Presidente Filipe Nyusi, que está prestes a terminar. A discursar em Quelimane, Nyusi disse que o país não está a alcançar o desenvolvimento almejado por causa de vários fatores.

Nyusi: "Corrupção e ataques armados travam desenvolvimento moçambicano"

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"Para além dos desastres naturais que referimos, o país ressente-se dos impactos da crise económica financeira, corrupção e dos ataques perpetrados por malfeitores em alguns distritos de Cabo Delgado. É um fenómeno psicológico devido à ausência de paz efetiva sólida. Esses são alguns dos constrangimentos que têm estado a limitar a capacidade de governo de realizar alguns projetos rumo ao desenvolvimento do país, conforme a nossa aspiração".

Segundo o Presidente da República de Moçambique, dos 97.218 combatentes registados na Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACCLIN), cerca de 30.937 mil  foram fixados nos últimos 4 anos.

Estratégias para as eleições

Para além de debater as dificuldades na fixação de pensões de sobrevivência dos combatentes e questões relacionadas com a assistência médica e medicamentosa, a reunião entre a ACCLIN e Filipe Nyusi visou debater a estratégia para as eleições gerais que se avizinham, disse o Presidente.

"A segunda sessão ordinária do comité nacional de ACCLIN realiza-se a 4 meses das eleições legislativas, presidenciais, das assembleias provinciais e pela primeira vez o cabeça de lista será eleito o governador da respetiva província. Como eternos combatentes que somos, viemos aqui para recarregar as nossas energias, viemos aqui para alinhar a nossa estratégia e viemos afinar a nossa táctica para mais uma frente de combate politico e democrático de forma a vencermos de forma folgada as eleições de 15 de outubro próximo".

Mocímboa da Praia é um dos distritos atacados em Cabo Delgado (Foto de arquivo/2017) Foto: DW/G. Sousa

O encontro entre Filipe Nyusi e os combatentes de libertação nacional prolongou-se por várias horas. À DW, Mariano Abilio Monteiro, um dos combatentes, frisou que a situação na província de Cabo Delgado, que sofre com ataques armados, é uma questão interna. Os combatentes devem-se reunir para ajudar os outros que estão lá. Entretanto, este assunto ainda não foi debatido.

Germano Ntaula, também combatente de luta de libertação nacional, veio da província do Niassa. Partilha também a preocupação acerca da situação em Cabo Delgado.

"A situação é muito agravante, há problemas de diferentes géneros, não podemos dizer que é um problema fácil para resolver, porque não tem sentido. Os problemas que agravaram em Cabo Delgado não têm sentido, porque não sabemos os objetivos", disse.

Além do conflito armado no norte de Moçambique, Luis Aquiba, outro dos combatentes, chama a atenção do Governo para o futuro dos seus filhos. "É preciso garantir o emprego dos filhos dos combatentes, dar continuidade estudando para levar em frente a história".

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