Nyusi critica violência policial no estado de emergência
3 de julho de 2020O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, criticou a violência policial na imposição do estado de emergência decretado para a prevenção da Covid-19. Por outro lado, o chefe de Estado censurou o que chamou de "vitimização" de alguns cidadãos que violam as restrições impostas pelo Governo.
"Preciso de deixar claro aqui que não há nenhuma orientação de violentar o cidadão, nem se deve", afirmou Nyusi em declarações reproduzidas nesta sexta-feira (03.07) pela emissora pública Rádio Moçambique.
Nyusi falou na quinta-feira durante um encontro com representantes de 16 partidos extraparlamentares.
O chefe de Estado avançou que as autoridades estão a responsabilizar os agentes acusados de abusos na implementação das medidas decretadas no âmbito do estado de emergência.
Violência contra crianças
Filipe Nyusi criticou, em particular, a violência contra as crianças, advogando uma atitude mais pedagógica no respeito pelas restrições impostas e condenou o que considerou de "vitimização" por parte de alguns cidadãos apanhados a violar o estado de emergência.
"Claro que os violadores [do estado de emergência] se transformam em vítimas, usam mal os direitos humanos", considerou.
No encontro com os representantes dos partidos extraparlamentares, o chefe de Estado justificou o relaxamento de algumas medidas do estado de emergência com a necessidade de assegurar o funcionamento da economia.
Com um total de 918 casos positivos, seis óbitos e 249 recuperados, Moçambique vive em estado de emergência desde 01 de abril.
Filipe Nyusi anunciou no domingo a prorrogação do estado de emergência pela terceira vez - o máximo previsto na Constituição - com levantamento faseado de algumas restrições.
As escolas vão reabrir faseadamente, voltará a haver ligações aéreas internacionais com alguns países, será permitido mais pessoal nos locais de trabalho e os museus poderão reabrir.