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Nyusi fala em "renovado otimismo" em Moçambique

20 de dezembro de 2022

Terrorismo em Cabo Delgado, processo de DDR e Tabela Salarial Única foram alguns dos destaques no discurso sobre o Estado da Nação de Filipe Nyusi. Oposição acusa o Presidente de viver num mundo "romântico" à parte.

Presidente moçambicano, Filipe Nyusi
Foto: Reuters/G. Lee Neuenburg

O Presidente da República de Moçambique avalia positivamente o Estado da Nação.

Segundo Filipe Nyusi, o país vive momentos de "estabilização e de renovado otimismo face aos desafios internos e externos".

Esta terça-feira, durante o discurso sobre o Estado da Nação, no Parlamento, Nyusi começou por destacar os avanços no combate ao terrorismo na região nortenha de Cabo Delgado.

"Ainda ontem, um grupo de jovens das forças especiais interrompeu uma tentativa [de ataque] na zona de Nangade. O inimigo [sofreu] baixas e desapareceu, mas está a ser perseguido até à zona onde se refugiou", informou Nyusi.

DDR e pensões dos ex-combatentes

No que toca ao processo Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração (DDR) dos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), foram encerradas três bases este ano e, segundo o chefe de Estado, falta resolver a questão das pensões.

Ex-combatentes da RENAMO queixam-se da falta do pagamento de subsídios. Segundo o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas a Moçambique, Mirko Manzoni, "não há recursos"Foto: Marcelino Mueia/DW

"Em conjunto com a RENAMO, estamos a estudar uma forma sustentável de instituir a pensão para este grupo de moçambicanos para que os nossos compatriotas possam a integrar da sociedade de forma digna e produtiva sem ter que viver distantes das suas famílias", afirmou Filipe Nyusi.

Tabela Salarial Única

Durante o discurso, o Presidente moçambicano falou também da Tabela Salarial Única (TSU), que gerou descontentamento em diversos grupos profissionais.

"Grande parte dos funcionários ganhava mais de subsídios do que do salário", disse Nyusi. "Hoje, com esta nova configuração, a maior parte dos subsídios foi incorporada no salário base, o que garante maior proteção dos funcionários e agentes do Estado quando passam para a reforma".

Do lado da oposição, o discurso é outro. O porta-voz da bancada da RENAMO, Arnaldo Chalaula, diz que o Estado da Nação retratado por Filipe Nyusi está longe da realidade.

"Ficaram alguns termos românticos, semânticos, mas no fundo [o Presidente da República ficou] longe de trazer a realidade e as expetativas do povo moçambicano", afirmou Chalaula.

Fernando Bismarque, deputado do MDMFoto: DW/S. Lutxeque

Fernando Bismarque, deputado do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), considera que ficou muita coisa por dizer. "Um aspeto que gostaríamos de ter ouvido do Presidente da República está relacionado com o pacote de aceleração económica que não está a ter um impacto real na vida económica na vida dos moçambicanos nas pequenas e médias empresas", frisou.

O porta-voz da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), assegurou, no entanto, que o discurso de Filipe Nyusi espelha a realidade do país.

"É um informe bastante estruturante, em que ficamos a saber da situação social política e económica do país", salientou Feliz Sílvia.

No fim do discurso do Estado da Nação, o Presidente da República lamentou que não seja pago o décimo terceiro salário aos funcionários públicos, devido ao peso orçamental da implementação da Tabela Salarial Única.

Moçambique: A Tabela Salarial Única e as suas "iniquidades"

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