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O adiamento da cimeira América do Sul - Africa não teve motivos políticos

15 de maio de 2012

O governo brasileiro afirma que o cancelamento da cúpula entre a América do Sul e África, prevista para 15 e 16 de maio em Malabo se deveu a dificuldades de agenda e a lacunas nas relações diplomáticas entre as regiões.

Brazil's President Dilma Rousseff speaks during the Young Scientist award ceremony at the Planalto presidential palace in Brasilia, Brazil, Tuesday, Dec. 6, 2011. (AP Photo/Eraldo Peres)
Brasil Staatspräsidentin Dilma RousseffFoto: AP

A cimeira América do Sul-África deveria começar esta terça-feira (15.05) em Malabo, na Guiné-Equatorial, mas foi adiada. O cancelamento foi anunciado pela União Africana na última semana, mas o pedido partiu do bloco Sul-americano. O governo brasileiro afirma que a reunião foi adiada por uma falta de mobilização regional.

Em entrevista à DW África, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Tovar da Silva Nunes, garantiu que motivos políticos não influenciaram a decisão de adiar a cimeira América do Sul-África. Segundo ele, havia uma dificuldade de alguns países da região em enviar representantes a Malabo na data prevista. Conversas informais entre países das duas regiões levaram ao adiamento da reunião.

O porta-voz garantiu, ainda, que o Brasil estava preparado para a reunião, mas decidiu atender à demanda dos vizinhos. “Para nós era indiferente. O Brasil não era contrário a um adiamento, tampouco era para nós um problema um problema se se mantinha a data. Estávamos preparados, estávamos negociando, mas como outros disseram que gostariam de ter um tempo extra concordamos que seria melhor adiar".

A falta de uma mobilização regional foi apontada pelo embaixador como sendo o principal entrave para a realização da cimeira agora. “A expectativa é que o adiamento permitirá uma participação ainda mais alta do que aquela que era esperada agora para maio”, salienta. As causas dessa desmobilização estão ligadas, segundo ele, a lacunas nas relações diplomáticas entre países das duas regiões.

Brasil investe na sua relação com África

A Vale do Rio Doce é uma das muitas empresas brasileiras a operar em ÁfricaFoto: dapd

Apesar disso, Tovar da Silva Nunes afirma que o Brasil continua a investir na relação com países africanos, através de uma agenda forte de cooperação. “Nós estamos lá com embaixadas, com empresas, mas outros países ainda não tem essa presença nesse nível. Existe toda a boa vontade política talvez ainda não exista o exercício pela distância geográfica e é precisamente para isso que existe a ASA (América do Sul - África), para aproximar”, diz.

Na gestão da presidente Dilma Rousseff, há a predominância de critérios mais pragmáticos nas relações com África. Na opinião do professor de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília, Creomar Souza, nos oito anos de governo do ex-presidente Lula da Silva," houve uma política externa pra África bastante proativa, com características de aproximação com projetos de cooperação sul-sul e, também, o desenvolvimento de oportunidades de negócios. Com a transição dos governos, a agenda para África ficou mais pragmática”.

Para ele, o Brasil tem uma agenda africana clara, com presenças de empresas de grande, médio e pequeno porte em projetos em vários países.A dificuldade segundo ele está na "articulação regional".

A cimeira América do Sul-África não tem ainda data marcada, mas segundo o governo brasileiro deverá ter lugar no próximo mês de novembro.

Autora: Ericka de Sá (Brasília)
Edição: Helena Ferro de Gouveia/António Rocha

15.05 NEU Reacao do Brasil sobre adiamento da cimeira ASA - MP3-Mono

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