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DesastresMoçambique

"O ciclone foi devastador", diz Daviz Simango

Lusa
24 de janeiro de 2021

O presidente do município da Beira, Daviz Simango, classificou neste sábado (23.01) o ciclone Eloise como "devastador" para a cidade costeira do centro de Moçambique. Pelo menos 200 mil pessoas podem ser afetadas.

Portugal Daviz Simango an der UCCLA in Lissabon
O presidente do município da Beira, Daviz Simango.Foto: DW/J. Carlos

O presidente do município da Beira, Daviz Simango, afirmou que "o ciclone Eloise foi devastador"e sublinhou que a tempestade da  provocou inundações bem antes de atingir o município de meio milhão de habitantes, uma das principais cidades moçambicanas.

Ainda assim, e apesar do lixo acumulado nas valas de drenagem, "o escoamento de águas está a funcionar e a maré está baixa", o que vai ajudar a aliviar as zonas mais alagadas, detalhou.

Em março de 2019, a Beira foi atingida pelo ciclone Idai, que provocou 603 mortos em Moçambique e foi uma das maiores tempestades desde que há registo no hemisfério sul. No final de 2020, a região foi também afetada pela tempestade Chalane, após a qual têm ocorrido fortes chuvas.

Levantamento

O levantamento pormenorizado dos prejuízos ainda decorre, mas está claro que o ciclone "destruiu infraestruturas, muitas casas ficaram sem teto e houve paredes que desabaram", provocando pelo menos duas mortes em Inhamiza, referiu o autarca.

O levantamento pormenorizado dos prejuízos ainda decorre, mas o ciclone já destruiu muitas infraestruturas.Foto: TWITTER/@BEN_VW/REUTERS

Segundo Simango, houve relato de outras três mortes que, após averiguações, não estavam relacionadas com o ciclone.

O presidente do município diz, entretanto, não ter ainda informação sobre o bairro da Munhava, onde relatou-se duas mortes por desabamentos e uma outra devido a material ferroviário deslocado pelo vento.

Luísa Meque, diretora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), referiu neste sábado (23.01), ao final de uma reunião do comité de emergência provincial, que estavam confirmados nove feridos, um com gravidade.

Segundo referiu, a informação que recebeu durante o dia de hoje era preliminar, sendo prematuro avançar dados sobre danos.

Trabalhos continuam para restabelecer a normalidade no fornecimento de eletricidade e telecomunicações.

"Continuamos a alertar"

Já não haverá vento destruidor, mas Daviz Simango renova o apelo à prevenção: "Continuamos a alertar a população para a chuva forte" que ainda pode cair nos próximos dias.

Já não haverá vento destruidor, mas renova-se o apelo à prevenção.Foto: REUTERS

Depois de entrar em terra durante a madrugada junto à cidade de Beira, oriundo do Canal de Moçambique, no oceano Índico, o ciclone Eloise perdeu intensidade e regrediu para o grau de tempestade moderada, mas arrasta precipitação intensa, avançando pelo sul do Zimbabué.

Prevê-se que a depressão condicione o estado do tempo durante os próximos dias, provocando forte precipitação no sul do país, incluindo a capital, Maputo.

O serviço de Operações Humanitárias e de Socorro da União Europeia (ECHO, sigla em inglês) previu que 200 mil pessoas no centro e sul Moçambique possam ser afetadas por inundações nos próximos dias.