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"O futuro da Ucrânia é na União Europeia"

3 de fevereiro de 2023

Bruxelas elogia os esforços da Ucrânia para entrar na União Europeia. Kiev quer iniciar negociações "o mais depressa possível".

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu (esq.), Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão EuropeiaFoto: Ukrainian Presidential Press Service/Handout via REUTERS

A "Ucrânia e a União Europeia são família", afirmou esta sexta-feira (03.02) o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, durante a cimeira UE-Ucrânia, em Kiev.

Segundo o responsável, o futuro da Ucrânia e do bloco europeu está entrelaçado, e a invasão russa não intimidará Bruxelas.

"Povo ucraniano: vocês escolheram claramente a liberdade, a democracia e o Estado de Direito. E nós na União Europeia também fizemos uma escolha clara: O vosso futuro é connosco, na nossa União Europeia. O vosso destino é o nosso destino", disse Charles Michel.

As condições de Bruxelas

Para a Ucrânia entrar na União Europeia, Bruxelas exigiu a Kiev o cumprimento de sete grandes tarefas. E Kiev tem estado empenhada em fazer os trabalhos de casa enquanto tenta reconquistar territórios ocupados pelo Exército russo.

Introduziu legislação para começar a reformar o setor judicial, uma das principais exigências de Bruxelas, prometeu travar os oligarcas e tem também dado passos no combate ao branqueamento de capitais e à corrupção endémica no país.

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"Estamos apostados na 'desoligarquização' da nossa sociedade, e principalmente na 'desoligarquização' de algumas indústrias estratégicas", assegurou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final de janeiro. "Temos tido bons resultados. Desenvolvemos uma infraestrutura anticorrupção."

Esse combate tornou-se particularmente visível nas últimas semanas. Altos funcionários do Estado foram demitidos por suspeitas de corrupção em conexão com fornecimentos ao Exército, principalmente de bens alimentares. E nos últimos dias, a polícia fez buscas contra um oligarca, um ex-ministro e autoridades fiscais.

Adesão à UE "é uma maratona"

A União Europeia aplaude de pé os esforços da Ucrânia.

O comissário europeu do Orçamento, Johannes Hahn, disse esta semana que as reformas são um esforço notável tendo em conta a persistência dos ataques russos. Mas alertou que "a adesão à União Europeia não é uma corrida, é uma maratona."

Frans Timmermans: "Devemos assegurar à Ucrânia que vamos ajudar a implementar esta legislação"Foto: DW

Uma coisa é aprovar leis para executar as tarefas exigidas por Bruxelas; outra coisa é implementá-las e garantir que estão em uníssono com toda a legislação e orientações da UE. É por isso que, de acordo com Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, a Ucrânia precisa do apoio de Bruxelas.

"Se olhar para o que a Ucrânia fez nos últimos meses, em termos de adoção de legislação, vê que corresponde aos sete requisitos estabelecidos para o estatuto de candidato e ao processo de adesão à União Europeia", disse Timmermans em janeiro, em entrevista à DW. "Devemos agora assegurar à Ucrânia que, ao longo dos próximos anos, vamos ajudar a implementar esta legislação, para que seja bem-sucedida."

Qual é o prazo?

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, revelou que gostaria que a Ucrânia se tornasse membro da União Europeia no espaço de dois anos.

O Presidente Volodymyr Zelensky disse esta sexta-feira que as negociações poderão começar ainda este ano. "E esse não é meramente um propósito, mas um objetivo tremendo", acrescentou.

Os especialistas alertam, no entanto, que o processo pode demorar bastante mais tempo – pelo menos, é assim que tem acontecido no passado. O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou em maio de 2022 que poderão ser necessárias décadas até que a Ucrânia cumpra todos os critérios de adesão e entre no bloco. Em média, o processo leva nove anos.

Além disso, para a Ucrânia entrar na União Europeia, a guerra terá de acabar, refere Frans Timmermans. "Mas a ideia é garantir que a Ucrânia saia vitoriosa deste conflito, soberana, independente, livre, e que tenha a oportunidade de fazer essa escolha por si própria. E acho que a Ucrânia está a lutar para que isso aconteça."

Durante a cimeira Ucrânia-UE, esta sexta-feira, o Presidente Volodymyr Zelensky voltou a pedir aos aliados armas de longo alcance para combater o Exército russo no leste do país.

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