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As "mentiras" MPLA em livro

8 de setembro de 2018

O antigo militante do MPLA e vice-presidente da Fundação 27 de Maio José Fragoso, lançou, este sábado, em Luanda, o livro "MPLA contra si mesmo. As mentiras que pareciam ser verdades".

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Foto: DW/M. Luamba

O livro "MPLA contra si mesmo", segundo o autor, José Fragoso, espelha as alegadas "invenções criadas pelo partido no poder" em Angola.

A publicação não vem sozinha. Também este sábado, foram lançadas a reedições dos livros "Nito Alves no Espírito de Maio", um conjunto de poemas de Nito, e "Os matadores do 27 de Maio de 1977".  

"Mataram os sete comandantes e atribuíram a culpa ao movimento reivindicativo do 27 de Maio liderado pelo Nito Alves e Zé Van-Dúnem e por meio desta mentira morreram mais de oitenta mil angolanos", diz o antigo José Fragoso, em entrevista à DW África.

"No tempo de Agostinho Neto, seguiram-se outras mentiras como ‘o mais importante é resolver os problemas do povo'. No tempo do Presidente Eduardo dos Santos falou-se sobre água e saúde para todos, mas hoje vais a um hospital e apenas te dão um papel, porque lá não há medicamentos", lamenta o antigo militante do MPLA.

Data da publicação é "mera coincidência"

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José FragosoFoto: DW/M. Luamba

O livro sobre as "mentiras" do MPLA, é publicado num dia histórico: o ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos despediu-se este sábado da vida política ativae da liderança do partido, no VI Congresso extraordinário do MPLA.

Questionado sobre se a data da publicação foi escolhida a propósito do chamado conclave da "mudança” dos "camaradas”, José Fragoso diz que se trata de "uma mera coincidência".

"Eu só me apercebi ontem (sexta-feira), depois de divulgar a data de lançamento destes livros que, finalmente, José Eduardo dos Santos vai deixar a vida política ativa e deixa o império do MPLA", garante o autor.

José Eduardo dos Santos deixa a liderança do MPLA ao atual Presidente de Angola, João Lourenço. Mas o autor do livro "O meu testemunho, a purga do 27 de Maio de 1977 e as suas consequências trágicas” mostra-se céptico quanto aos sinais de abertura do primeiro ano de governação do actual chefe de Estado.

"Nós endereçámos um dossier a João Lourenço em Abril e ainda não tivemos resposta”, diz José Fragoso. "Pedimos um encontro para dialogarmos e falarmos sobre o passivo do 27 de Maio. Pensámos que teria outra posição sobre isso, porque a primeira-dama de Angola, Ana Dias Lourenço, também foi vítima do 27 de Maio", explica o antigo militante do MPLA.

Ainda assim, José Fragoso alimenta alguma esperança: "Vamos esperar, porque este é um problema sério e merece reflexão".

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