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O PAPOD coloca a tónica no desenvolvimento de Angola

18 de julho de 2012

Um ilustre desconhecido na campanha para as eleições angolanas é o Partido Popular Angolano para o Desenvolvimento (PAPOD). Leia na DW África quais são os objetivos desta formação política.

Luanda mercado
Luanda mercadoFoto: picture-alliance/ZB

O PAPOD só é um partido novo na aparência. Na verdade, surge de uma outra formação, o FOFAC, extinto nas eleições de 2008 por não ter conseguido ultrapassar a fasquia de 0,5 por cento dos votos, o mínimo exigido, na altura, pela lei eleitoral. Este partido, desconhecido do grande público conseguiu, no entanto, a proeza de chegar às 15 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Constitucional para concorrer às eleições gerais de 31 de agosto.

O PAPOD está na posição oito entre as nove formações politicas e coligações que constam do boletim de voto sorteado recentemente pela Comissão Nacional Eleitoral, CNE. Artur Finda é o presidente do PAPOD. Tem 45 anos e estudou Relações Internacionais. Devido à alteração da Constituição em 2010, é também o candidato do seu partido à Presidência da república de Angola.

Finda rejeita acusação de estar colado ao MPLA

Finda, nascido numa família humilde do norte do país, segundo disse, acedeu em falar à DW África sobre as suas ambições políticas, a história e a ideologia do seu partido: “Papod significa Partido Popular Angolano para o Desenvolvimento. Não existe qualquer espécie de desenvolvimento, qualquer tipo de atividade sem que haja povo. Em suma, é uma sigla que trata da humanidade e aquilo a que se chama conservatismo. Não o conservatismo primitivo, mas moderno. Nós queremos que a democracia seja o pilar do desenvolvimento humano”.

Reunião de representantes da oposição angolana em Benguela para preparar as eleiçõesFoto: DW/Nelson Sul d'Angola

Sobre o seu programa político e a estratégia que desenvolve, Finda foi evasivo nesta entrevista à DW África. Questionado sobre uma eventual colagem ao MPLA, partido que governa Angola desde 1975, e interpelado quanto ao facto de se ter mantido neutro nas críticas à preparação das eleições, Artur Finda disse, negou ser “um seguista”, afirmando ter os seus princípios ideológicos, pelo qual se norteia: “Mas não podemos criticar no vazio. Criticar muitas das vezes sem produzir soluções. E antes de criticarmos devemos observar no contexto geral a evolução mundial. Vamos observar a evolução mundial em estrito senso, também observamos a evolução do continente africano, e mais atrás a própria Angola: quais são os passos que Angola já deu, quais são os passos atuais e o que podemos fazer para que Angola, futuramente, seja outro país”.

Angola está a mudar

O grande desafio do partido PAPOD, fundado em 2008, é conhecer o país real, segundo alguns analistas políticos. O seu predecessor não conseguiu, nas últimas eleições, um único deputado na Assembleia Nacional. Mas, segundo os observadores, a tendência eleitoral em Angola está a mudar com o andar dos anos. Artur Finda responde aos seus críticos apontando a lei eleitoral em vigor, e explicando que se sente capacitado para assumir a cabeça da lista do seu partido nestas eleições. E, na realidade, o Papod conseguiu ultrapassar partidos com alguma tradição em Angola na recolha de assinaturas para a candidatura. Resta agora aguardar a apresentação do seu programa político, anunciada para breve.

Adeptos da UNITA, o maior partido da oposiçãoFoto: picture-alliance/ dpa

Autor: Manuel Vieira/Luanda
Edição: Cristina Krippahl/António Rocha

19.07.12 Angola - PAPOD - MP3-Mono

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