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Observatório Angolano: "Votação decorreu de forma livre"

24 de agosto de 2022

Luís Jimbo, coordenador do Observatório Eleitoral Angolano, faz um balanço positivo da votação e diz que, apesar de algumas irregularidades, não registou incidentes que possam pôr em causa a credibilidade do escrutínio.

Luís Jimbo, coordenador do Observatório Eleitoral Angolano
Foto: DW/B. Ndomba

A contagem nas mesas de votação em todo o país já começou.

Em entrevista à DW África, o coordenador do Observatório Eleitoral Angolano (Obea), Luís Jimbo, diz acreditar que o processo pode estar concluído dentro de três dias.

DW África: Que avaliação faz do dia da votação em Angola? Que aspetos foram mais relevantes hoje?

Luís Jimbo (LJ): A votação decorreu de forma livre, com alguma presença da força da polícia, mas que não mostrou uma coação ou uma inibição para o eleitor se apresentar à rua e votar. Por exemplo, tem sido prática, não só nas eleições passadas em Angola, mas também em muitos países de África, que, um dia antes das eleições, há uma demonstração de parada de força da ordem pública. E este ano não aconteceu, embora se tenha criado esta grande tensão. E também hoje, durante o dia da votação, não assistimos a polícias armados. Estão desarmados num perímetro, respeitando a lei.

DW África: Mas em termos de irregularidades no processo, recebemos algumas queixas de pessoas que estão a dizer que eleitores com bilhete de identidade fora do prazo votaram.

LJ: Sim, não sei se estaríamos a falar de uma irregularidade ou não. De facto, a lei não permite e é claro que as pessoas com o bilhete de identidade caducado não podem votar. Mas no final do dia, ouvimos uma declaração da Comissão Nacional Eleitoral, através do porta-voz, a dizer que podiam. Ora, isto criou uma desmoralização e uma incerteza.

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01:53

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Mesmo em cada assembleia de voto, tiveram comportamentos diferentes. Membros das assembleias de voto agarraram-se à lei, dizendo o que a lei determina, e não tomaram conhecimento de forma direta da deliberação da Comissão Nacional Eleitoral. Mas havia eleitores que vinham reclamando, que ouviram na televisão e na rádio, que essa decisão foi deliberada. E isto criou uma outra confusão que teve a ver com as horas a que fecham realmente as assembleias de voto. Ora, a lei é clara: é às 16h00. Se estiver na fila, continua para exercer o seu direito de voto.

DW África: Mas não reportaram nenhum caso ou irregularidade que possa pôr em causa a credibilidade eleitoral desta quarta-feira?

LJ: Absolutamente não. Até agora, não. E isto é uma prática - repito, o processo de votação tem decorrido sempre bem. O problema do processo eleitoral coloca-se a um outro nível, mais na credibilidade e na aceitação perante os candidatos e não tanto no comportamento do eleitor. O comportamento do eleitor é sempre pacífico.

DW África: E até quando podemos esperar pelos primeiros resultados oficiais?

LJ: Com esta nova tecnologia dos centros de escrutínio, neste preciso momento, a contagem nas mesas de votação já se iniciou. Podemos dizer que, daqui a mais de duas horas, os primeiros resultados serão transmitidos para o centro de escrutínio nacional por um sistema de scan, e cremos que a partir das 20 horas - esta é a expetativa - a Comissão Nacional Eleitoral iniciará a fazer a divulgação dos primeiros resultados, de forma ininterrupta. Cremos que, em três dias, ela pode ter concluído os resultados preliminares.

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