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MigraçãoDjibuti

Oito migrantes etíopes afogados ao largo do Djibuti

mc | com agências
5 de outubro de 2020

Na costa de Djibuti, 34 migrantes etíopes foram empurrados violentamente por traficantes para fora de um barco que não conseguiu chegar à Arábia Saudita. Incidente resultou em pelo menos oito mortos, anunciou a OIM.

Barco de migrantes etíopes a desembarcar na costa do Iémen, em 2019 (foto ilustrativa)Foto: picture-alliance/AP Images/N. El-Mofty

Pelo menos oito migrantes etíopes morreram afogados e outros 12 estão desaparecidos depois de traficantes os terem atirado de um barco ao largo da costa do Djibuti, no Corno de África.

"Segundo testemunhas sobreviventes, que foram resgatadas pela Organização Internacional das Migrações (OIM), três traficantes empurraram violentamente jovens homens e mulheres para fora do barco que estava em mar aberto", denunciou Yvonne Ndege, porta-voz da OIM, este domingo (04.10)

Outros 14 migrantes sobreviveram e estão a receber cuidados médicos, afirmou. Os oito cadáveres foram levados para a costa e enterrados pelas autoridades em Djibuti.

Travessia do Iémen um perigo para os migrantes africanos

03:07

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A OIM estima que todos os migrantes são etíopes que regressavam ao Corno de África depois de não terem conseguido chegar à Arábia Saudita através do Iémen, devido ao encerramento da fronteira Covid-19.

Ndege disse que havia 34 pessoas a bordo e que o barco se dirigia para a cidade de Obock, um importante ponto de trânsito em Djibuti para milhares de migrantes africanos na região que tentavam chegar ao Golfo.

"Sabe-se que os traficantes exploram os migrantes nesta rota desta forma, muitos tendo de pagar grandes somas para facilitar a viagem" recordou Ndege.

Que rota é esta?

Esta passagem do Iémen para o Djibuti é o caminho inverso da rota habitual destes migrantes que procuram trabalho nas nações mais ricas do Golfo, sobretudo na Arábia Saudita.

A pandemia da Covid-19 e o conflito no Iémen tornaram a viagem mais perigosa e alguns migrantes têm estado a voltar.

Só nas últimas três semanas chegaram ao Djibuti cerca de 2.000 migrantes provenientes do IémenFoto: picture-alliance/AP Images/N. El-Mofty

O estreito de Bab el-Mandeb que separa o Djibuti do Iémen é invulgar na medida em que vê migrantes e refugiados a passar em ambas as direcções - barcos carregados de iemenitas a fugir para África para escapar à guerra, enquanto outros seguem na direção oposta transportando migrantes africanos para a Península Arábica em busca de melhores oportunidades.

Migrantes arriscam afogamento

De acordo com a agência das Nações Unidas para as Migrações, só nas últimas três semanas chegaram ao Djibuti cerca de 2.000 migrantes provenientes do Iémen. A maioria tenta regressar a casa na Etiópia, Somália e outras nações da África Oriental e do Corno de África.

Em 2017, cerca de 50 migrantes da Somália e da Etiópia foram "afogados deliberadamente" quando um contrabandista os forcou a sair para o mar da costa do Iémen.

Em 2018, pelo menos 30 migrantes e refugiados morreram quando um barco virou na costa do Iémen. Os sobreviventes reportaram tiros.

Em janeiro de 2019, pelo menos 58 migrantes - na sua maioria etíopes - afogaram-se depois de duas embarcações que os transportavam do Djibuti para o Iémen se terem afundado.

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