Oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas num estádio de futebol de Dakar, depois que um muro despencou sobre o público, este sábado (15.07). Tumulto foi causado por briga entre as torcidas rivais.
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Matar Ba, ministro do Esporte do Senegal, confirmou as oito mortes no estádio Demba-Diop na capital, Dakar, durante a final da taça da liga senegalesa de futebol. Em entrevista Üa agÄencia AFP, o ministro disse que uma jovem estava entre os mortos, enquanto cerca de 60 feridos haviam sido levados para hospitais.
Matar Ba prometeu "medidas fortes para que tal evento jamais se repita no Senegal".
Um confronto entre torcidas dos clubes rivais Union Sportive Ouakam e Stade de Mbour irrompeu durante a segunda metade do prolongamento do jogo, com o Stade liderando a partida por dois a um.
A polícia usou gás lacrimogêneo para separar os torcedores dos dois times que participavam da briga, os espectadores começaram a desocupar os assentos com pressa e parte da arquibancada desabou.
"De repente, o muro caiu. Sabíamos exatamente que alguns dos nossos [amigos] haviam perdido suas vidas, porque a parede caiu diretamente sobre as pessoas", disse Cheikh Maba Diop, uma testemunha ocular.
Medidas de segurança inadequadas
Mara Die Diouf, um torcedor presente no estádio, disse à agência de notícias AFP que o policiamento no estádio era inadequado.
"O que acho terrível é que temos esse tipo de final, neste tipo de estádio, onde não há segurança suficiente", disse Diouf.
Um porta-voz do Presidente Macky Sall disse que a campanha eleitoral para as legislativas seria suspensa, a partir deste domingo (16.07), em respeito às vítimas.
Este domingo (16.07), o porta-voz do Governo, Seydou Gueye, disse que todos os eventos culturais e esportivos foram suspensos até as eleições legislativas, que se realizam em 30 de julho no país.
Ainda de acordo com Gueye, será aberto um inquérito judicial para investigar a tragédia e identificar os responsáveis.
Por meio de um comunicado, o Presidente Macky Sall declarou-se "indignado" com as vidas perdidas, prometendo uma melhor segurança nos estádios do Senegal e uma justiça rápida para as famílias afetadas. Um porta-voz do Presidente disse que a campanha eleitoral seria suspensa, a partir deste domingo (16.07), em respeito às vítimas.
O Senegal tem sido fortemente criticado este ano por causa de falhas de segurança durante grandes eventos, como foi o caso da morte de dezenas de pessoas numa manifestação religiosa em abril último.
Os confrontos durante as partidas de futebol são comuns em África, onde os padrões de segurança em grandes jogos são baixos.
O astro do futebol, Didier Drogba, da Costa do Marfim, e a atleta moçambicana Maria de Lurdes Mutola estão entre os muitos atletas africanos considerados exemplos por apoiarem causas sociais em seus países.
Foto: AFP/Getty Images
Promoção dos jovens
Muitos atletas africanos são considerados modelos. A moçambicana Maria de Lurdes Mutola ganhou uma medalha de ouro olímpica correndo os 800 metros. Na sua terra natal, a Fundação Lurdes Mutola apoia jovens talentos do desporto. Juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, Mutola ainda realizou uma campanha de vacinação contra o sarampo e a poliomielite em Moçambique.
Foto: Bongarts/Getty Images
Não apenas um astro do futebol
Eles não são apenas atletas de excelência, mas também se importam com os outros. Um dos mais famosos desportistas de África é o jogador de futebol Didier Drogba, da Costa do Marfim. Atualmente, ele joga pelo Galatasaray de Istambul. Em 2012, ajudou o Chelsea a vencer a Liga dos Campeões. Na cerimônia de premiação, Drogba carregava a bandeira da sua terra natal no ombro.
Foto: Reuters
Modelo social vai além de África
Em 2010, quando as eleições presidenciais na Costa do Marfim resultaram em tumultos sangrentos, Didier Drogba mostrou o cartão vermelho para a violência em uma campanha. O atleta se empenhou também pela Alemanha: no jogo de despedida do internacional alemão Michael Ballack, em junho de 2013, em Leipzig, o jogador apoiou a recolha de fundos para as vítimas das inundações que se passavam no país.
Foto: AFP/Getty Images
Maratonista e político
Wesley Korir é conhecido por seu ativismo político: o vencedor da Maratona de Boston, em 2012, foi eleito para o Parlamento queniano, em 2013, e representa o eleitorado de Cherangani. Entretanto, Korir mantém a carreira desportiva em vista. Também este ano, participou da Maratona de Boston e atravessou a linha de chegada em quinto lugar – mesmo antes dos ataques terroristas ofuscarem a corrida.
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Mostrar tamanho – em todos os sentidos
Também o falecido astro do basquete, Manute Bol, era politicamente ativo. Com 2,31 metros de altura, Bol foi um dos maiores jogadores da liga profissional do basquete norte-americano. Em uma marcha pela paz, em 2006, na Filadélfia, ele criticou a guerra em seu país de nascimento, o Sudão. Sua fundação "Ring True Foundation" arrecadou dinheiro para os refugiados sudaneses e apoia atletas africanos.
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Primeira campeã olímpica de África
Um momento emocionante para a atleta marroquina Mawel El Moutawakel: nos Jogos Olímpicos de Verão de 1984, em Los Angeles, ela ficou em primeiro lugar nos 400m com obstáculos. Assim, tornou-se a primeira mulher muçulmana nascida em África a receber o ouro olímpico. Em 2002, fundou a organização "Association Marocaine Sport & Développement", que promove o desporto como motor de desenvolvimento.
Foto: picture-alliance/dpa
Dançar no campo de futebol
A lenda do futebol, Roger Milla, tornou-se internacionalmente conhecido no Mundial de 1990, na Itália. Por conta dos seus golos, os Camarões tornaram-se a primeira seleção africana a alcançar as quartas de final de um Mundial. A cada golo, Milla comemorava com sua inconfundível dança. Em 2001, o jogador foi eleito o primeiro embaixador honorário africano do programa de luta contra a SIDA da ONU.
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Último lugar por uma boa causa
Em 2002, Isaac Menyoli foi o primeiro atleta camaronês a participar dos Jogos Olímpicos de Inverno em Salt Lake City, nos Estados Unidos. Ele foi o último a terminar a prova de esqui. Menyoli não competiu para vencer, mas para chamar a atenção para a SIDA em seu país - o que conseguiu nas entrevistas após a corrida. Sem a participação olímpica, ele dificilmente teria recebido a atenção da mídia.