OMS quer investigação independente sobre resposta à pandemia
bd | com agências
19 de maio de 2020
A 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, que termina esta terça-feira, é um passo à frente no sentido de propor uma avaliação independente e transparente sobre o que correu mal no combate à pandemia do novo coronavírus.
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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, garante que será investigada a resposta à pandemia de todos os atores incluído a da própria OMS. "No momento oportuno, iremos iniciar uma avaliação independente para rever a experiência adquirida e as lições que aprendemos ao longo da crise. Depois, faremos recomendações no sentido de melhorar a preparação e a resposta nacional e mundial a uma pandemia. Mas uma coisa é certa: O mundo nunca mais vai ser o mesmo", frisou.
A assembleia geral da OMS decorre sob críticas do Presidente dos Estados Unidos de América. Donald Trump acusa a OMS de ser uma marioneta da China: "Nos últimos tempos prestaram um mau serviço. Os Estados Unidos dão à OMS 450 milhões de dólares por ano. A China dá 38 milhões de dólares por ano. Mas eles continuam atrás da China. Ou seja, a OMS é uma marioneta da China".
Interrogado sobre o futuro da contribuição financeira dos Estados Unidos para a OMS, Trump prometeu tomar uma decisão para breve.
500 mil milhões de euros para fundo de recuperação europeu
Sem nenhuma referência direta ao Presidente norte-americano, a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou o seu apoio aos esforços desenvolvidos pela OMS para combater a pandemia de Covid-19, realçando que os países devem "trabalhar para melhorar os procedimentos” naquele organismo internacional e também devem garantir a sustentabilidade do respetivo financiamento.
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E para ajudar as economias mais afetadas pela pandemia, a Alemanha e França propuseram um valor de 500 mil milhões de euros para criação de um fundo europeu de recuperação económica. Numa declaração conjunta, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emannuel Macron, indicaram que o fundo proposto será entregue a fundo perdido às economias mais afetadas.
Sobre a forma como a OMS gere a pandemia da Covid-19, Macron pediu uma resposta conjunta contra a doença: "Temos de examinar com a lucidez e com muito rigor, o que funcionou e o que não funcionou na gestão internacional da crise. Temos aqui uma oportunidade de dar uma resposta unida à pandemia, sem complacências e sem acusações infundadas."
O preço da falta de unidade
"A União Africana fez um apelo para que os países em desenvolvimento sejam ajudados nos seus esforços para combater a pandemia e para reconstruir as suas economias", disse Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul, falando em nome do continente africano.
"Esta assistência deve incluir a redução da dívida, bem como a assistência em matéria de diagnóstico e de material médico terapêutico", precisou o chefe de Estado.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o mundo está a pagar o preço da falta de unidade na resposta à pandemia de Covid-19 por causa dos países que ignoraram as recomendações da OMS. A 73.ª Assembleia Mundial da Saúde termina esta terça-feira (19.05) e decorre através de videoconferência.
Covid-19: Cuidados de higiene em áreas de risco
Como manter os cuidados de higiene em campos de refugiados e bairros de lata é um grande desafio na pandemia. Mas alguns países e organizações estão a lutar para manter esses locais seguros e limpos.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Zâmbia
Algumas pessoas ficam semanas sem acesso à água potável em muitas partes do mundo. O vale de Gwembe foi profundamente afetado pela seca nos últimos dois anos. Atualmente, o UNICEF está a apoiar a reabilitação e a perfuração de 60 poços para reforçar a lavagem das mãos nos pontos de distribuição de água durante a pandemia do novo coronavírus.
Foto: UNICEF/UNI308267/Karin Schermbrucker
Quénia
Várias estações de água foram instaladas em locais públicos do Quénia para fornecer a água limpa à população. Em Nairobi, para impedir a propagação da Covid-19, um menino segue as instruções de como lavar as mãos adequadamente numa estação de água em Kibera.
Foto: UNICEF/UNI322682/Ilako
Iémen
O Iémen abriga cerca de 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente. Com grande parte do seu sistema de saúde e saneamento destruído pela guerra, esses deslocados são altamente vulneráveis ao novo coronavírus. Voluntários treinados pelo UNICEF estão a orientar a população sobre como evitar que a doença se espalhe.
Foto: UNICEF/UNI324899/AlGhabri
Síria
A Síria enfrenta um problema semelhante ao entrar no seu décimo ano de guerra. Milhões de sírios vivem em campos de refugiados, como o campo de Akrabat, perto da fronteira com a Turquia. Para explicar às famílias sobre os riscos do coronavírus, os funcionários da ONU visitam os campos e usam bonecos feitos à mão para falar sobre os perigos da Covid-19.
Foto: UNICEF/UNI326167/Albam
Filipinas
Os efeitos a longo prazo dos desastres naturais também são um fator de risco. Nas Filipinas, as casas de banho públicas, como as vistas aqui, num centro de evacuação na cidade de Tacloban, tornaram-se um terreno fértil para a propagação do vírus. O saneamento tornou-se ainda mais crucial. A região sofre com os efeitos posteriores do tufão Haiyan há anos.
Foto: UNICEF/UNI154811/Maitem
Jordânia
Kafa, de 13 anos, volta à caravana da sua família carregando um grande recipiente de plástico cheio de água que ela acabou de coletar num ponto de abastecimento comunitário. As mulheres no maior campo de refugiados da Jordânia agora estão a fabricar sabão com materiais naturais para as famílias necessitadas.
Foto: UNICEF/UNI156134/Noorani
Índia
Na Índia, as pessoas são incentivadas a costurar máscaras em casa. Isso também gera dinheiro, especialmente para mulheres que vivem em áreas rurais. Estas mulheres costuram máscaras no centro de Bihar, na GOONJ, uma ONG situada em vários estados indianos, que disponibiliza socorro, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário.
Foto: Goonj
Bangladesh
Voluntários de vários grupos de pessoas com deficiência também se envolvem ativamente na distribuição de desinfetantes pela cidade de Dhaka. Roman Hossain distribui desinfetantes e informa outros membros da sua comunidade sobre a importância de lavar as mãos regularmente.
Foto: CDD
Guatemala
Há uma necessidade urgente de reduzir os impactos da crise da Covid-19 em Huehuetenango, na Guatemala, para além da crise alimentar já existente, causada pela seca de 2019. As comunidades indígenas esperam todos os dias para coletar seus alimentos e kits de higiene básica, onde também obtêm informações e recomendações para prevenir a Covid-19 nos idiomas locais.