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OMS reforça medidas contra o ébola na RDC

Isaac Mugabi | ac
22 de agosto de 2018

Em entrevista à DW África, o porta-voz da Organização Mundial da Saúde afirmou que o "objetivo é estancar o alastramento da doença". O ébola já matou 55 pessoas desde 1 de agosto.

Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Mednick

Na República Democrática do Congo (RDC), as autoridades sanitárias estão em alerta máximo. O mais recente foco da epidemia de febre hemorrágica - ébola - terá já feito 55 mortos no leste do país, onde o Governo decretou a gratuidade dos cuidados de saúde durante três meses, anunciaram na terça-feira (21.08) as autoridades. 

Cinco novos casos foram registados em Mabalako-Mangina, perto de Beni, o epicentro da epidemia que está a afetar a província do Kivu-Norte, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado no início da semana. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em entrevista à DW África, afirmou que também está no terreno para apoiar os serviços de saúde congoleses e oferecer os cuidados necessários, em conjunto com as autoridades sanitárias do país. 

OMS reforça medidas contra o ébola na RDC

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Medidas estratégicas

O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, assegurou que já "estão em prática uma série de medidas suscetíveis de darem resposta eficaz a este surto de ebola".

"Já temos centros de tratamentos especiais nos locais certos. Neste momento trabalhamos em Beni e Mangina, onde a vacinação já começou. O objetivo é estancar o alastramento da doença", disse o porta-voz que, entretanto, alertou que "agora é preciso criar as condições para que os agentes de saúde possam trabalhar de facto".

Algumas das regiões são de difícil acesso, devido à situação de guerra civil, e também devido à falta de estradas e outras infraestruturas. "Estamos todos muito empenhados em encontrar soluções para contornar esse problema. Estamos em contato permanente com os serviços sanitários existentes nas áreas em questão, e é com esses funcionários da RDC que tentamos fazer o nosso trabalho. Até agora não temos casos de ébola confirmados em áreas de difícil acesso. Penso que estamos em condições, por enquanto, de dizer que as pessoas que têm que ser monitorizadas, estão de facto a ser monitorizadas", garantiu Jasarevic.

Agentes de saúde congoleses estão a trabalhar para conter o surto de ébolaFoto: picture-alliance/AP Photo/J. Bompengo

O porta-voz da OMS referiu, no entanto, que ainda não é possível prever quando o surto de ébola na RDC será controlado. "Estamos concentrados nos trabalhos atuais. Vamos apressar todas as atividades de resposta. Vamos fazer tudo para fechar todos os possíveis canais de propagação da doença."

Surto

No fim de julho, o Governo congolês já havia declarado o fim do surto de ébola no noroeste do país, que resultou em 33 mortos num total de 54 casos. Este novo foco de epidemia foi declarado a 1 de agosto em Mangina, na província do Kivu-Norte.

Uma vacinação específica está a ser utilizada, tal como na última epidemia. O objetivo é evitar que o foco de ébola se alastre e se transforme numa epidemia que possa atingir outras províncias e até países vizinhos, como Angola.

A RDC foi palco de dez epidemias de Ébola desde 1976, mas esta é a primeira vez que o vírus ataca numa zona de conflito armado, densamente povoada e com grandes movimentos de população.

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