296 mil zimbabueanos votaram nas eleições moçambicanas
18 de novembro de 2024De acordo com a edição zimbabueana de sábado (16.11), "o número que constitui uma percentagem significativa do total de eleitores consta do relatório executivo da organização divulgado esta semana". O documento intitulado "A Interferência do Zimbabué nas Eleições Harmonizadas de 2024 em Moçambique "diz que "os eleitores foram mobilizados pelo Presidente Mnangagwa e pela Zanu PF para dar vantagem à FRELIMO, no poder, que enfrentou uma forte concorrência do PODEMOS".
O relatório denuncia vários métodos fraudulentos usados para dar vitória ao partido libertador, há quase 50 anos no poder, como o enchimento de urnas.
O Alto Comissário dos Defensores de Direitos Humanos da África Austral, Talent Rusere, acusou a Zanu PF "de coordenar cuidadosamente um processo de fraude nas eleições e nomeou pelo menos nove altos funcionários do partido, incluindo ministros do Gabinete encarregues de conduzir o processo em cada província."
Ainda segundo o artigo, "a SAHRL realizou investigações e terá previsto que houve 53 122 apoiantes da Zanu PF que votaram em Duma, Bikita, 36 872 que votaram em Murehwa e 41 213 que votaram no Centro de Formação Maud Muzenda em Masvingo. Cerca de 76 519 votaram em Mutare/Rusape, 69 019 votaram em Harare e 19 774 votaram em Chegutu."
Harare: Casos de dupla nacionalidade
Convidado pelo The Mirror a reagir, o porta-voz da Zanu PF, Chris Mutsvangwa, "disse que todas as pessoas que votaram no Zimbabué eram moçambicanas que adquiriram dupla cidadania na independência e que estavam a ter a oportunidade de exercer os seus direitos políticos".
No entanto, o jornal diz que uma pesquisa sua "mostrou que as pessoas que votaram não eram moçambicanas e isto incluiu vários jornalistas zimbabueanos disfarçados". Mutsvangwa disse que os ministros e parlamentares da Zanu PF foram nomeados como coordenadores do processo de votação têm dupla nacionalidade do Zimbabué e de Moçambique.
Ainda segundo a publicação, o secretário da Administração Nacional da Zanu PF, Obert Mpofu, afirmou que "as acusações de que o Presidente Mnangagwa estava a interferir nas eleições dos países da região eram uma manobra destinada a manchar o seu nome e o da Zanu PF". Negou que o seu partido tenha interferido nas eleições de outros países, embora tenham existido queixas do Botsuana, da África do Sul e da Namíbia.