ONU envia observadores para o Iémen para garantir paz
22 de dezembro de 2018As partes envolvidas na guerra do Iémen acordaram um cessar-fogo em toda a província de Hodeida (oeste) no passado dia 13 de dezembro na Suécia.
O acordo entre o governo iemenita, apoiado por uma coligação liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes xiitas Huthis, ajudados pelo Irão, foi negociado sob os auspícios da ONU e prevê uma trégua e a retirada de combatentes de Hodeida, cidade portuária por onde passa grande parte da ajuda humanitária e das importações.
Garantir o funcionamento do porto estratégico de Hodeida e supervisionar a retirada de combatentes daquela cidade portuária serão os principais aspetos da missão de observadores. O enviado da ONU para o Iémen, Martin Griffiths, defendeu uma rápida mobilização dos observadores para o território iemenita, afirmando que tal será "essencial" para fornecer a confiança necessária de que a trégua será cumprida.
Por sua vez, a embaixadora britânica junto da ONU, Karen Pierce, saudou o apoio unânime dos Estados-membros do Conselho de Segurança sobre um assunto "tão importante e que afeta atualmente tantos milhões de cidadãos no Iémen".
O chefe da missão de observadores da ONU, general Patrick Cammaert, chegou este sábado (22.12) à cidade de Aden, onde fica a sede provisória do governo do Iémen, para iniciar a supervisão do acordo de cessar-fogo.
A missão estará em funções pelo menos durante 30 dias. O porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, não revelou o número de observadores enviados, mas detalhou que vários já participaram de outras missões da ONU e que não usarão uniformes militares, apenas distintivos especiais da organização internacional.
Desde o início da trégua, as acusações de violação do acordo têm surgido dos dois lados. A guerra no Iémen, desencadeada em meados de 2014, já causou pelo menos 16.000 mortos.
A ONU tem denunciado que o Iémen vive uma das piores crises humanitárias no mundo, com vários milhões de iemenitas ameaçados pela fome e doenças.