A ONU e a África do Sul ergueram uma estátua de Nelson Mandela, em Nova Iorque, para homenagear o antigo Presidente sul-africano.
Publicidade
A ONU abriu nesta segunda-feira (24.09)uma cúpula sobre a paz dedicada à memória do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, defendendo que seu legado representa uma "luz de esperança para um mundo dilacerado pelos conflitos e o sofrimento".
"Foi um líder que nos ensinou que é possível perdoar, que é possível que a reconciliação e a paz se sobressaiam sobre o ódio e a vingança", destacou a presidente da Assembleia Geral da ONU, María Fernanda Espinosa, no discurso de abertura.
Dezenas de chefes de Estado e de Governo discursarão ao longo do dia nesta cúpula, que lembra o centenário do nascimento de Mandela, e que serve como ponto de partida para uma semana de debates que os líderes terão em Nova York.
Declaração política a favor da paz
Os 193 países da ONU adotarão hoje uma declaração política a favor da paz, um documento não vinculativo no qual reiteram seu compromisso com a paz global e os direitos humanos.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu que o ex-presidente sul-africano "personificou os valores mais altos da ONU" e lutou por "uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em igualdade e harmonia".
"Hoje, com os direitos humanos sob uma crescente pressão ao redor do mundo, seria muito bom refletir sobre o exemplo deste homem excepcional", apontou Guterres.
O diplomata português defendeu que é preciso "enfrentar as forças que nos ameaçam com a sabedoria, a coragem e a fortaleza que Nelson Mandela personificou".
"Mandela foi um cidadão global cujo legado deve continuar nos guiando", ressaltou Guterres.
Legado de MandelaOs líderes da ONU recordaram esta segunda-feira (24.09) o legado de Nelson Mandela como um estímulo para o organismo mundial e a necessidade de "celebrar as diferenças", quando era descerrada uma escultura do líder sul-africano no quartel-general da organização.
"Nelson Mandela personifica os valores mais elevados das Nações Unidas -- paz, perdão, compaixão e dignidade humana", referiu o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
"Hoje, com os direitos humanos sob uma crescente pressão em todo o mundo, seria importante refletir sobre o exemplo deste homem excecional", assinalou.
Guterres sublinhou a necessidade de "enfrentar as forças que ameaçam a sabedoria, o valor e a fortaleza que Nelson Mandela personificou".
"Madiba foi um cidadão do mundo cujo legado deve continuar a guiar-nos", frisou ainda o secretário-geral da ONU.
Centenário do Nascimento de Mandela
Em 2018 comemora-se o centenário do nascimento de Nelson Mandela, e as Nações Unidas vão declarar 2019-2028 como a "Década da Paz Nelson Mandela" e foi organizada para hoje uma cimeira pela paz em honra do defunto presidente sul-africano e ex-prisioneiro político, que antecede o início do encontro anual dos líderes mundiais na Assembleia geral.
"Foi um líder que ensinou que é possível perdoar, que é possível que a reconciliação e a paz prevaleçam sobre o ódio e a vingança", sublinhou a presidente da Assembleia geral da ONU, a equatoriana María Fernanda Espinosa, no discurso de abertura.
Ao sublinhar o seu legado, a mesma responsável referiu-se uma "luz de esperança para um mundo dilacerado pelos conflitos e pelo sofrimento". Dezenas de chefes de Estado e de governo vão intervir ao longo do dia nesta cimeira, enquanto os 193 países da ONU adotavam uma declaração política em favor da paz, um documento não vinculativo no qual reiteram o seu compromisso com a paz global e os direitos humanos.
Detido nas prisões sul-africanas durante 27 anos, Mandela tornou-se na referência internacional no combate contra o sistema de 'apartheid' num país dominado pela minoria branca e que discriminava a larga maioria de população negra.
Em 1994, quatro após ter sido libertado da prisão, tornou-se no primeiro Presidente negro do país, na sequência das primeiras eleições multirraciais. Nas décadas seguintes, foi laureado com o Nobel para a Paz e tornou-se num estadista global.
Diversos responsáveis internacionais e familiares de Mandela, incluindo a sua viúva Graça Machel, assistiram à apresentação da estátua onde surge um sorridente Nelson Mandela, com as mãos abertas. No grupo, alguém decidiu colocar uma bandeira do país na escultura do ex-presidente da África do Sul.
Estátua de Mandela na sede da ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a África do Sul ergueram hoje uma estátua de Nelson Mandela, que permanecerá na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, para homenagear o antigo Presidente sul-africano.A estátua de Nelson Mandela é um presente da África do Sul para as Nações Unidas, por ocasião do centenário do nascimento do líder histórico.
A Assembleia-Geral das Nações Unidas realiza esta segunda-feira a Cimeira da Paz, que assinala o centenário do nascimento de Nelson Mandela, com a participação de dezenas de chefes de Estado e de Governo.
A estátua de Mandela foi erguida antes do início do encontro pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres, e a Presidente da Assembleia Geral, a equatoriana María Fernanda Espinosa.
"Nelson Mandela personificou os mais altos valores das Nações Unidas: paz, perdão, compaixão e dignidade humana. Era um defensor de todas as pessoas, com as suas palavras e ações", afirmou António Guterres na cerimónia.
Nelson Mandela: Uma vida pela liberdade
Sorridente: assim a maior parte dos sul-africanos pensa em Mandela. Carinhosamente apelidado de "Madiba" (seu nome xhosa), foi símbolo da nova África do Sul, de paz e tolerância. No dia 18/7/2018 teria cumprido 100 anos.
Foto: Getty Images
Primeiro escritório de advocacia para negros
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 na província do Cabo Oriental, na África do Sul. Já durante os estudos de Direito, mostrava-se politicamente ativo, lutando contra o sistema de segregação racial apartheid. Em 1952, passou a trabalhar no primeiro escritório de advocacia do país dirigido por negros – que oito anos mais tarde seria consumido por um incêndio.
Foto: AP
Apartheid
O apartheid – a separação estrita entre negros e brancos na África do Sul, na época governada pela minoria branca – marcou a infância e juventude de Nelson Mandela. Seu pai lhe deu o nome Rolihlahla, que na língua xhosa significa "o que quebra ramos", ou, figurativamente, "agitador". A placa mostra uma "área branca" numa praia sul-africana.
Foto: AP
O boxeador
Na juventude, Mandela foi um entusiasta do boxe. "No ringue, classe, idade, cor da pele e prosperidade não representam nada" – assim ele explicava o seu amor pelo esporte. Mesmo durante os anos de prisão, ele se manteve em boa forma física. Treinamento com pesos, abdominais e flexões faziam parte de seu programa diário.
Foto: Getty Images
Prisão perpétua
A polícia contém uma multidão reunida diante do tribunal onde se realizam as audiências contra Mandela e outros ativistas anti-apartheid, em 1964. No chamado Processo Rivonia, Nelson Mandela é condenado à prisão perpétua por suas atividades políticas.
Foto: AP
Décadas de confinamento
A vida em cinco metros quadrados: nesta pequena cela na Ilha de Robben, Mandela passa 18 de um total de 27 anos de pena. Ele é o detento número 46664. "Lá, eu só era conhecido como um número", comentou, após sua libertação em 1990.
Foto: cc-by-sa- Paul Mannix
A luta continua
Enquanto Nelson Mandela estava na prisão, outros faziam avançar a luta contra o apartheid, sobretudo a sua então mulher, Winnie Mandela (c.). Ela se tornou líder ativista contra o governo minoritário branco.
Foto: AP
Apoio mundial
No Estádio de Wembley, em Londres, promove-se em julho de 1988 um concerto beneficente por Mandela. Músicos de renome internacional celebram seu 70º aniversário e protestam contra a segregação racial. Cerca de 70 mil espectadores assistem no estádio às dez horas de show, outras centenas de milhares acompanham pela televisão o evento transmitido para 60 países.
Foto: AP
Enfim, livre
Após 27 anos de prisão, Nelson Mandela é libertado em 11 de fevereiro de 1990. Ele e a esposa Winnie erguem os punhos em sinal de orgulho pela luta de libertação negra contra o regime de minoria branca do apartheid.
Foto: AP
Retorno à política
De volta à liderança do Congresso Nacional Africano (CNA), em maio de 1990 Mandela inicia as primeiras conversas com o então presidente sul-africano, Frederik Willem de Klerk (e.). Juntos, eles preparam o caminho para uma África do Sul sem apartheid. Por esses esforços, ambos são laureados com o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
Foto: AP
Companheiros de luta
Oliver Tambo (e) und Walter Sisulu (d) contam entre os companheiros mais próximos de Mandela. Em 1944, fundaram a ala jovem do CNA e organizaram manifestações contra o regime racista. Sisulu foi condenado à prisão perpétua, juntamente com Mandela; Tambo passou 30 anos no exílio, principalmente em Londres. Após 1990, todos os três ocuparam cargos de liderança no CNA.
Foto: AP
Posse como presidente
Em 10 de maio de 1994, a África do Sul escreve história: após as primeiras eleições livres e democráticas, Nelson Mandela é eleito primeiro chefe de Estado negro do país. Ele permanece no cargo até 1999, quando passa a presidência ao seu herdeiro político, Thabo Mbeki.
Foto: AP
Reconciliação em vez de vingança
Para esclarecer os crimes do apartheid, Mandela cria a Comissão da Verdade e Reconciliação em 1996. O arcebispo sul-africano e futuro Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu é indicado para presidi-la. A atuação da comissão não fica livre de críticas: muitas vítimas não conseguem aceitar que basta os criminosos admitirem seus atos publicamente para ficarem impunes.
Foto: picture-alliance/dpa
A caminho da Copa 2010
Em 15 de maio de 2004, a África do Sul é escolhida como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2010. Orgulhoso, Nelson Mandela ergue a taça. O país inteiro o aclama, em júbilo, como aquele que abriu os caminhos para o grande evento esportivo. Tratou-se do primeiro Mundial de futebol realizado em solo africano.
Foto: AP
Sombras sobre a Nação do Arco-Íris
Em 2008, a xenofobia e a violência eclodem em diversos bairros pobres das metrópoles sul-africanas. A brutal caça aos imigrantes leva à morte de várias pessoas. Muitos se perguntam: terá fracassado a "Nação do Arco-Íris" fundada por Mandela, em que todos deveriam conviver em paz?
Foto: AP
Da política à família
Nos últimos anos de vida, Nelson Mandela ficou mais afastado dos palcos públicos, recolhendo-se cada vez mais ao círculo familiar. Aqui, em 2011, ele festeja seus 93 anos, ao lado dos netos e bisnetos.
Foto: dapd
Funeral de Nelson Mandela
A 5 de dezembro de 2013, "Madiba" morreu em Joanesburgo. Dez dias mais tarde, teve lugar a cerimónia de despedida de Mandela na localidade de Qunu onde passou a sua juventude. Velas iluminaram um perfil do líder sul-africano. O luto foi universal: nos EUA, o então Presidente Barack Obama mandou hastear as bandeiras a meio mastro. Em 18 de julho de 2018, teria festejado o seu 100° aniversário.