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ConflitosIsrael

ONU pede a Israel que cancele ordem de evacuação

Lusa
13 de outubro de 2023

Israel ordenou que mais de um milhão de pessoas que estão no norte de Gaza abandonem a região nas próximas 24 horas. ONU apela ao país para evitar uma "situação de calamidade".

Palestinianos fogem para o sul da Faixa de Gaza após ultimato de Israel
Palestinianos fogem para o sul da Faixa de Gaza após ultimato de IsraelFoto: AHMED ZAKOT/REUTERS

Tal como o resto da população de Gaza, todos os trabalhadores da ONU são afetados pelo ultimato israelita, bem como as 440.000 pessoas deslocadas que procuraram refúgio nas escolas e noutras instalações que a organização gere naquele território palestiniano.

O porta-voz da ONU em Genebra, Rolando Gómez, disse que altos responsáveis das Nações Unidas, em particular a coordenadora humanitária na região, Lynn Hastings, estão a "fazer todos os esforços" para que as autoridades israelitas recuem, dada a impossibilidade de cumprir a ordem.

A ONU estima que, até agora, 23 trabalhadores humanitários tenham morrido na sequência dos ataques israelitas contra Gaza, 11 dos quais eram profissionais de saúde e 12 funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês).

"Retirar o apoio é condená-los à morte"

A Organização Mundial da Saúde (OMS) garantiu que a evacuação dos hospitais no norte de Gaza é impossível, alertando que muitos pacientes morreriam na transferência e que os hospitais na zona sul da Faixa de Gaza também estão sobrelotados e não têm capacidade para cuidar daqueles que iriam chegar.

"Transferir pacientes muito doentes, incluindo crianças, que dependem completamente de apoio médico para sobreviver, e pedir à equipa médica que abandone a zona, vai além da crueldade", disse o porta-voz da organização, Tarik Jasarevic.

"Retirar este apoio vital seria condená-los à morte", frisou, depois de lembrar que a OMS tem provisões médicas prontas no Egito, que aguardam apenas a abertura de um corredor humanitário que permita a sua chegada à população de Gaza.

Vigília em Telavive em memória das vítimas do ataque surpresa do Hamas, no sábado passadoFoto: JANIS LAIZANS/REUTERS

O único corredor humanitário que parece possível é Rafah, na fronteira com o Egito, e é o único ponto de entrada que não é controlado por Israel. Apesar dos apelos humanitários para a abertura daquela passagem, o Egito mantém-na fechada à passagem de pessoas e bens há três dias consecutivos, depois de as forças israelitas terem atacado alvos perto daquela área.

Ultimato de Israel

Os apelos das estruturas da ONU foram ainda corroborados pela organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) que criticou a ordem dada por Israel, lembrando que não há para onde fugir.

"Ordenar a retirada de um milhão de pessoas de Gaza, quando não há lugar seguro para onde ir, não é um aviso eficaz. As estradas estão em escombros, o combustível é escasso e o hospital principal fica na zona de evacuação", afirmou o principal consultor jurídico da HRW, Clive Baldwin, num breve comunicado hoje divulgado.

"Esta ordem não altera a obrigação de Israel de nunca atingir civis nas operações militares e de tomar todas as medidas possíveis para minimizar os danos a civis", sublinhou o representante, acrescentando que "os líderes mundiais deveriam falar agora, antes que seja tarde demais".

Israel ordenou hoje que mais de um milhão de pessoas que estão no norte de Gaza abandonem a região nas próximas 24 horas, uma medida que deve anteceder uma incursão terrestre no território palestiniano.

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