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Violações quase diárias na RCA apesar de acordo de paz

AFP | mjp
4 de agosto de 2019

Segundo as Nações Unidas, seis meses depois, acordo entre Governo e grupos rebeldes da República Centro-Africana continua frágil: grupos armados não cedem controlo e violam direitos humanos quase todos os dias.

Foto de arquivo (2015): Capacete azul da MINUSCA em Bangui.Foto: Getty Images/AFP/G. Guercia

O acordo de paz entre o Governo da República Centro-Africana e os grupos rebeldes continua frágil, quase seis meses depois de ser assinado, dizem especialistas da ONU num relatório publicado no sábado (03.08).

Membros dos grupos armados que assinaram o documento violaram a lei humanitária internacional praticamente todos os dias desde então, dizem os especialistas. 

Relatório sublinha também a quase ausência de sinais de que os combatentes rebeldes tenham alterado os seus comportamentos – ou que os seus líderes tenham identificado e punido quem violou o acordo de paz.

A MINUSCA, a missão de paz da ONU no país, registou entre 10 a 70 violações do acordo de paz todas as semanas.

Manter a influência

"Desde a assinatura do acordo [a 6 de fevereiro], os principais grupos armados, em particular, os ex-Séléka [movimento rebelde muçulmano] não só mantiveram os seus postos de controlo, como reforçaram o mesmo em certos territórios e adquiriram armas", diz o relatório.

Fugir da violência na República Centro-Africana

05:45

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Os especialistas da ONU mantêm também o ceticismo quanto às unidades especiais mistas compostas por forças do Governo e combatentes rebeldes que deverão ser criadas, segundo os termos do acordo assinado em Cartum, no Sudão.

"Os líderes dos ex-Séléka vêm no destacamento das unidades especiais uma ocasião para oficializar o posicionamento dos seus combatentes ao longo de rotas estratégicas e em localidades nas suas zonas de influência, o que explica porque é que insistem em liderar estas unidades", indicam os autores do relatório.

Ainda assim, os especialistas da ONU notam que nenhum dos cinco acordos assinados desde que a crise começou, no final de 2012, foi capaz de mobilizar tantos esforços por parte das autoridades nacionais e internacionais.

A República Centro-Africana, um país de 4,5 milhões de habitantes entre as nações  mais pobres do mundo, mergulhou na violência e no caos em 2013, após a queda do Presidente François Bozizé pela mão da rebelião Séléka.