João Lourenço exonera chefe da Casa de Segurança
31 de maio de 2021O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou esta segunda-feiras (31.05) o chefe da sua Casa de Segurança e ministro de Estado, Pedro Sebastião, segundo uma nota divulgada à imprensa.
A medida ocorre uma semana depois de a justiça angolana anunciar a apreensão de vários milhões de dólares, euros e kwanzas no âmbito da chamada "Operação Caranguejo" - um processo de investigação a oficiais das Forças Armadas, suspeitos dos crimes de peculato,retenção de moeda, associação criminosa e outros.
Antes de Pedro Sebastião, o chefe do executivo angolano demitiu, na semana passada, outros sete elementos deste órgão. Entre os afastados estão o tenente-general José Manuel Felipe Fernandes, secretário-geral da Casa de Segurança, e o tenente-general João Francisco Cristóvão, diretor de gabinete do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança.
O tenente-general Paulo Maria Bravo da Costa, que era secretário para Logística e Infraestruturas da Casa de Segurança do Presidente da República, e o brigadeiro José Barroso Nicolau, antigo assistente principal da Secretaria para os Assuntos dos Órgãos de Inteligência e Segurança de Estado da Casa de Segurança do Presidente da República, foram também exonerados.
Inquérito do BNA
O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou na semana passada a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias em que o dinheiro levantado por um banco comercial foi encontrado na posse de oficiais da Casa de Segurança da Presidência da República.
Entre estes encontra-se o chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, major Pedro Lussaty, detido quando transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares (o equivalente a 8,1 milhões de euros) e 4 milhões de euros.
O caso fez soar o alarme nas instituições financeiras já que foram apreendidos volumes de notas com selos do BNA, entidade responsável pela emissão de notas e moedas de kwanzas no país e que controla a moeda em circulação.
Num comunicado divulgado no seu 'site', o BNA esclarece que recebe dos bancos comerciais as notas que estes recebem do público consideradas superiores às suas necessidades de caixa e disponibiliza-as aos bancos comerciais quando necessário, para assegurar a existência de notas na rede de balcões e Caixas Automáticos (ATM).
Assim, o BNA coloca notas em circulação exclusivamente através dos bancos comerciais e todos os volumes de notas, novas ou usadas, que saem da sua casa forte para esses bancos têm os selos do Banco Nacional de Angola o que facilita o registo dos movimentos e confirma a proveniência das notas.