Oposição denuncia exclusão no acesso a ajuda da Covid-19
20 de novembro de 2020A denúncia é do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Ambos acusam as autoridades de excluírem os membros e simpatizantes destas formações políticas da receção do subsídio de 2 mil meticais (cerca de 23 euros) por mês - durante seis meses - a cada família, previsto como assistência às famílias carenciadas durante a pandemia de Covid-19.
"Nos bairros, houve a exclusão total dos membros da oposição, afirma Joel Jeremias, porta-voz do MDM em Inhambane. Segundo o responsável, muitos membros do partido não foram inscritos porque os secretários dos bairros tinham determinações sobre como e quem deve ser registado.
"Este ato é politizado", denuncia Joel Jeremias.
O mesmo terá acontecido com os membros da RENAMO. Sem gravar entrevista, o delegado da formação política em Inhambane, Carlos Maela, também confirmou a exclusão dos seus membros.
Subsídios por receber
Bernadete Gulube, uma simpatizante de um dos partidos da oposição no distrito de Homoíne, confirma que não foi inscrita e que nenhum líder comunitário ou secretário do bairro a contactou para receber a ajuda do Governo.
"Ainda não nos reuniram acerca disso. Mesmo os nossos líderes ainda não nos falaram, a não ser que tenha havido exclusão de certas casas, mas aqui na minha casa não passou ninguém", afirma.
Sandra Marrengula é outra potencial beneficiária a residir em Inhambane, mas também diz que não recebe a ajuda.
"Ainda não fomos registados. Precisamos porque não estamos a trabalhar conforme por causa dessa doença e estamos a sofrer."
O que diz o INAS?
Uma líder comunitária em Maxixe disse à DW África que fez os registos como o Instituto Nacional de Ação Social (INAS) pediu.
Isac Mucavele, delegado do Instituto Nacional de Ação Social (INAS) em Inhambane garante que a sua instituição não excluiu ninguém para receber os apoios, porque o dinheiro é para todos os moçambicanos.
"Não é verdade isso, não temos nada a ver com partidos", assegurou Mucavele. "Este dinheiro é para apoiar todo o moçambicano que está naquela condição, mas a prioridade vai para estes que não são funcionários e reformados. Não tem nada a ver, está-se a apoiar pessoas só", reforça.