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Oposição denuncia repressão de forças governamentais no Togo

Noël Tadegnon | AFP | tms
9 de novembro de 2017

Oposição volta às ruas no Togo para protestar contra o Presidente Faure Gnassingbé e exigir reformas constitucionais. Manifestantes acusam as forças de segurança do país de reprimir os protestos de forma “selvagem”.

Togo Protest gegen die Regierung
Manifestantes sofrem repressão por soldados fortemente armados, segundo a oposição no Togo. Amnistia Internacional confirma informação.Foto: picture alliance/dpa/AA/A. Logo

Milhares de manifestantes voltaram às ruas nesta quinta-feira (09.11) na capital togolesa, Lomé, contra o Presidente togolês, Faure Gnassingbe, herdeiro de uma família no poder há mais de 50 anos. A oposição voltou às ruas também para pedir reformas constitucionais. 

Este é o terceiro e último dia de uma onda de manifestações nesta semana organizadas pelos opositores ao Governo do Togo.

Oposição denuncia repressão fortemente armada das forças governamentais no Togo

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"Estamos determinados a acabar com esse regime que durou muito e que não quer dar lugar a outras pessoas", disse o costureiro Kodjovi à agência de notícias France-Presse (AFP).

O cidadão togolês fechou seu estúdio desde terça-feira (07.11.) para poder manifestar-se. "Eu vou sair sempre que houver novas caminhadas de protesto", completou.

A mobilização lançada por uma coligação de 14 partidos de oposição não se enfraqueceu desde o final de agosto, com marchas organizadas quase todas as semanas que reúnem multidões na capital, mas também em todo o Togo e especialmente nas regiões no norte do país, antes reconhecidas por apoiarem o Governo.

Violência física contra manifestantes

Os manifestantes acusaram as forças de segurança do país de reprimir de forma "selvagem” os protestos, na quarta-feira (08.11). 

Segundo os partidos da oposição, cerca de 20 pessoas ficaram feridas durante o primeiro dia de manifestações, na terça-feira (07.11). Os cidadãos foram impedidos de tomar as ruas de duas cidades no norte do país, Sokode e Bafilo, apesar da permissão do Governo. A repressão foi protagonizada por soldados fortemente armados e com rostos cobertos, acusa a oposição.

Manifestações ocorrem desde agosto em todo o Togo, principalmente na capital, Lomé.Foto: Getty Images/AFP/Y. Folly

Representantes da Amnistia Internacional no país confirmaram que pelo menos dez feridos estão internados no hospital de Sokode, onde um deles foi baleado e agora está a receber cuidados intensivos. Ainda segundo a Amnistia Internacional, em entrevista à AFP, é difícil precisar o número exato de feridos porque alguns se recuperam em casa.

É possível dialogar com Governo?

No início da semana, o Governo disse que está aberto ao diálogo com os opositores e anunciou a libertação de 42 pessoas detidas em manifestações anteriores. Os partidos da oposição afirmam que também estão dispostos a dialogar. A líder oposicionista Brigitte Johnson diz que a oposição nunca se recusou a discutir.

"Discutiremos para encontrar soluções para as legítimas exigências dos cidadãos", pontuou. A oposição togolesa diz aguardar esse diálogo com ou sem um mediador.

"O único capaz de assumir as suas responsabilidades neste país, entendemos, é o Presidente da República, o ideal seria discutir entre os togoleses, mas obviamente ele está relutante. Se um mediador puder ajudar, não estaremos contra ele se tivermos certeza de que é um mediador imparcial”, disse Johnson. 

Governo de Faure Gnassingbé anunciou abertura ao diálogo. Porém, até agora não reações do Presidente.Foto: DW/K.Tiassou

Apoio internacional

Numa declaração conjunta, a União Europeia, as Nações Unidas e as embaixadas francesa, norte-americana e alemã saudaram as medidas do Governo para acalmar a situação política no país. E também apelaram para que as manifestações aconteçam de forma pacífica.

Desde que os primeiros protestos começaram no final de agosto, com a participação de milhares de cidadãos em todo o país, pelo menos 16 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas.

Limite de dois mandatos

A oposição quer a demissão do Presidente e pede a introdução de um limite de dois mandatos presidenciais, aplicado de forma retroativa para evitar que Faure Gnassingbé se perpetue no poder.

Faure Gnassingbé governa o Togo desde 2005 e ganhou três eleições. Antes dele, o seu pai, Gnassingbé Eyadéma, esteve no poder durante 38 anos.

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