Os três partidos da oposição parlamentar são-tomense entregaram ao Tribunal Constitucional uma previdência cautelar para embargar a resolução do Parlamento que autoriza a entrada de militares ruandeses no país.
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Um contingente de 20 militares do Ruanda chegou sábado (06.05) a São Tomé e Príncipe para "dar formação e treino" de dois meses a militares e forças de defesa e segurança do arquipélago. A resolução que autoriza a entrada dos soldados foi aprovada sexta-feira (05.05) pelo Parlamento.
"Esperamos que o Tribunal Constitucional trave todo esse processo. As tropas ruandesas devem retirar-se de São Tomé e Príncipe", disse esta terça-feira (09.05) à agência Lusa Aurélio Martins, presidente do principal partido da oposição, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD).
O presidente do MLSTP acrescentou que "não foram cumpridos os trâmites legais" para a entrada dos militares do Ruanda no país e considerou que a Constituição são-tomense "foi violada porque o Governo não obedeceu as normas" que permitem ao Presidente da República convocar o Conselho de Estado.
Outras prioridades
"O mais importante para nós em São Tomé e Príncipe não é a vinda de militares ruandeses. Há outras prioridades no âmbito da cooperação com o Ruanda que se deveria tomar em conta, mas notamos que há uma certa pressa do Governo em primeiro mandar vir tropas de outro país", acusou Aurélio Martins.
"Nós sabemos que por detrás de tudo isso está o treino das tropas de elite do Governo", explicou Aurélio Martins, sublinhando que o Governo do primeiro-ministro Patrice Trovoada "não tem conseguido resolver o problema da população, está a recorrer a outras práticas de intimidar a população e a oposição trazendo tropas estrangeiras para o país".
Ainda segundo o líder do MLSTP, a intenção do Governo "é criar uma pressão social, controlar o país e criar uma ditadura", acusou novamente.
Insegurança nos táxis de São Tomé e Príncipe
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes e os proprietários enfrentam dificuldades.
Foto: DW/Ramusel Graça
Viaturas em más condições
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes. O parque automóvel está degradado, as dificuldades com a manutenção são um problema do dia-a-dia, associado ao aumento dos preços dos combustíveis. Ainda assim, o táxi continua a ser o ganha-pão de muitas famílias.
Foto: DW/Ramusel Graça
Milhares de passageiros por dia
Cerca de mil viaturas pintadas de amarelo concentram-se na Avenida Geovani, em São Tomé, que faz fronteira com os dois principais mercados Municipal e Coco Coco. São responsáveis pelo movimento diário de cerca de 17 mil pessoas. O parque automóvel é constituído na sua maioria por viaturas Toyota, que os taxistas dizem ser uma marca resistente.
Foto: DW/Ramusel Graça
Remendar e substituir
Claudino da Graça troca o pneu do seu carro. A sua viatura é quase uma anarquia de peças, fruto de vários remendos. Claudino sabe que a solução não é das melhores, mas garante que este carro é o único ganha-pão. A sua viatura, adquirida por empréstimo há já quatro anos, não oferece conforto ou segurança e clama por uma manutenção urgente. O barulho do motor e das chapas soltas não são bons sinais.
Foto: DW/Ramusel Graça
O perigo do "engenho"
Estas viaturas representam o sustento de muitas famílias e, por isso, os condutores enfrentam a estrada com coragem e engenho. Um litro de combustível custa cerca de um euro. Face ao baixo poder de compra, muitos taxistas improvisam depósitos alternativos, utilizando vasilhas de plástico altamente inflamáveis ao lado do motor. Quando o depósito fura, uma garrafa de litro resolve o problema.
Foto: DW/Ramusel Graça
Transporte de mercadorias
Os táxis que ligam o centro da ilha de São Tomé a aldeias no norte e no sul da capital abastecem os mercados logo pela manhã, com peixe e produtos hortícolas, pão e carvão. Os carros estão muitas vezes mal-conservados e circulam sobrecarregados. A viatura na foto tem a mala partida. Uma trave de madeira permite mantê-la aberta.
Foto: DW/Ramusel Graça
Do mar para o mercado: de táxi
Pescadores e peixeiras aproveitam os táxis coletivos para trazer peixe das cidades costeiras para a capital, São Tomé. O transporte é feito nas malas das viaturas, sem refrigeração. Um dia de trabalho para os taxistas que ligam zonas longínquas, incluindo a cobrança das cargas, representa cerca de 100 euros.
Foto: DW/Ramusel Graça
Concorrência em duas rodas
Muitos taxistas colocam a hipótese de abandonar a atividade, que em tempos foi um grande negócio. Aqueles que percorrem a periferia da capital chegam a faturar apenas dez euros num dia. E os moto-táxi (na foto) fazem concorrência aos taxistas são-tomenses.
Foto: DW/Ramusel Graça
Alternativa degradada
Neste arquipélago lusófono não existe uma linha regular de transportes públicos. A última, instituída em 2006, entrou em falência. Os taxistas não têm uma tarefa fácil: argumentam que o poder de compra dos são-tomenses baixou e a imagem das viaturas desmotiva os clientes. Na foto, táxis coletivos esperam por clientes junto à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Água Grande.
Foto: DW/Ramusel Graça
Amarelo
Até que volte a haver uma linha regular de ónibus, os táxis e mini-autocarros continuam a ser a única alternativa para que não tiver uma viatura própria. Os transporte de pessoas e mercadorias na ilha de São Tomé depende dos 17.000 táxis pintados de amarelo, que circulam nesta república centro-africana.