1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
HistóriaAlemanha

Os planos de Hitler para África

Philipp Sandner | Guilherme Correia da Silva
2 de setembro de 2014

A 1 de Setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polónia e começou a II Guerra Mundial. Adolf Hitler queria conquistar a Europa, mas há muito tempo que a Alemanha planeava criar um império colonial em África.

Foto: Getty Images

Quando Adolf Hitler chegou ao poder em 1933, a Alemanha já não tinha colónias. Depois de derrotar a Alemanha na I Guerra Mundial, o Reino Unido, a França e a Bélgica dividiram entre si as colónias alemãs. A África do Sul passou a governar a Namíbia, que então se chamava Sudoeste Africano Alemão.

Perder as colónias foi um osso duro de roer para muitos contemporâneos de Adolf Hitler. Mas o ditador alemão só pensava em conquistar a Europa. Hitler queria expandir o “império alemão” para França e para a União Soviética.

Andreas Eckert, historiador alemão, afirma que “África não fazia necessariamente parte da visão de Hitler de dominar o mundo”. Segundo Eckert, Hitler “olhava muito mais para outras regiões”, mas “não foi contra os interesses dos que o rodeavam relativamente a África.”

A megalomania nazi no continente africano

Um ano depois de Hitler chegar ao poder, os nazis estabelecem o seu próprio departamento de política colonial – o Kolonialpolitisches Amt. Mais tarde, Hitler pediu publicamente a restituição das colónias alemãs, sob pressão de grandes actores económicos na época, interessados nos lucros que podiam fazer em África – um novo mercado, com muitas matérias-primas à disposição.

Ao sonho dos empresários alemães juntava-se o desejo de muitos alemães que ficaram em África de voltar aos tempos coloniais, nos Camarões, na Tanzânia ou na Namíbia.

Andreas Eckert explica que “em todas estas regiões havia delegações locais do partido nazi” e, nas antigas colónias, “havia um pequeno grupo de pessoas decidido a colocar estes territórios novamente sob domínio alemão.” No final dos anos 30, os planos para um novo território colonial já eram mais concretos. “Nos primeiros anos de guerra houve várias conquistas militares, que reforçaram a megalomania nazi”, afirma Eckert.

[No title]

This browser does not support the audio element.

Império colonial nunca concretizado

Uma série de vitórias contra a França e contra a Bélgica deram à Alemanha a sensação de estar muito perto de conseguir voltar a ter colónias em África. O departamento de política colonial nazi ambicionava um “império colonial” no Golfo da Guiné, que se estenderia desde o que hoje é o Gana até aos Camarões – um território com matérias-primas em abundância, que poderia cobrir as necessidades do Grande Reich Alemão.

Os nazis pensaram também em conquistar vários territórios ao longo de uma faixa que se estendia até ao Oceano Índico. Com excepção da África do Sul – vista na altura como um possível parceiro.

Mas estes planos ficaram no papel. No início de 1943, a Alemanha teve de concentrar as suas forças para responder à ofensiva da União Soviética. Em Fevereiro de 1943, o departamento de política colonial foi extinto. Foi nessa altura que os russos venceram a batalha de Estalinegrado, um ponto de viragem que preparou o caminho para a derrota alemã e para o fim da II Guerra Mundial, dois anos mais tarde.

O diretor do Deutsche Bank, Kurt Weigelt, um dos empresários que persuadiu Hitler a avançar para ÁfricaFoto: picture-alliance/dpa
Saltar a secção Mais sobre este tema