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Ossufo Momade pede entrega de armas da Junta Militar

8 de setembro de 2020

Em Moçambique, o líder da RENAMO faz campanha para a entrega voluntária das armas na posse dos guerrilheiros do seu partido. Momade diz não haver motivos para a existência da Junta Militar, liderada por Mariano Nhongo.

Ossufo Momade (Foto de arquivo / 2019)Foto: DW/M. Mueia

A cidade de Quelimane foi esta segunda-feira (07.09) o ponto de convergência dos líderes dos principais partidos do país, nomeadamente Filipe Nyusi, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), e Ossufo Momade, da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

Logo ao chegar à província central da Zambézia, em declaração a imprensa, Ossufo Momade explicou que está muito feliz e sem razões de queixas  sobre o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso no pais.

Para Ossufo Momade, o membro da RENAMO que não quer entregar a sua arma está a perder boas oportunidades. "No sábado estávamos em Santungira. Viram o número de pessoas que foram [des]mobilizadas? Elas estão satisfeitas e já chegou às suas aldeias a mensagem que nós deixamos e vou repetir aqui hoje: todo aquele que é da RENAMO aproveite esta oportunidade, porque não há razões de alguém pegar em armas porque tem uma diferença dentro de partido, qualquer membro que tenha um problema no partido que traga dentro de partido.

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Conflitos em Cabo Delgado

Ossufo Momade disse também que estaria disposto a contribuir para o combate ao conflito armado e terrorismo na província nortenha de Cabo Delegado.

"A situação de Cabo Delegado é também de Moçambique, até ‘meu irmão' poderá também fazer parte para que possamos acabar com a insurgência no país e em Cabo Delgado".

O líder da RENAMO foi à província da Zambézia reunir-se com os seus ex-guerrilheiros e outros quadros do partido, durante 3 dias. Todos os encontros vão decorrer à porta fechada nas cidades de Quelimane, Mocuba e Gurué.

Nyusi reconhece vontade da RENAMO

Entretanto, o Presidente Filipe Nyusi vincou esta segunda-feira (07.09), também em Quelimane, que Ossufo Momade e os seus ex-guerrilheiros que se encontravam aquartelados estão dispostos a cooperar para o fim das hostilidades e o fim do terrorismo no norte de Moçambique, mas o desafio agora é Mariano Nhongo e a sua Junta Militar.

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"Antes de ontem, chegaram grandes combates na zona de Mocímboa da Praia no entroncamento de Auase. Estive agora e estou a vir de lá da Gorongosa, em Vanduzi dialoguei com aqueles guerrilheiros da RENAMO. Perguntei ao grupo das guerrilheiras, das combatentes da RENAMO , se estavam disponíveis para apoiar as forcas que estão a combater nas zonas centro e norte [os conflitos]. Colocaram-se à disposição e pediram-me primeiro para irem reconstruir as suas vidas, depois de muito tempo. Por isso, quero afirmar àqueles combatentes da RENAMO: é melhor saírem. Nós não queremos andar a caçar as pessoas como animais, queremos as pessoas em casa", disse o Presidente.

Depois de um arranque simbólico no ano passado, o DDR esteve paralisado durante vários meses, tendo sido retomado em 04 de junho.

De um total de cinco mil membros do braço armado do maior partido da oposição que deverão ser abrangidos, 1.075 já entregaram as armas no âmbito dos entendimentos.

Apesar de progressos registados no processo, a autoproclamada Junta Militar da Renamo continua uma preocupação para as duas partes, sendo acusada de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estradas da região centro do país.

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