1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Países europeus perdem terreno como investidores em Moçambique

17 de janeiro de 2012

A crise financeira que abala a Europa está a afetar a capacidade de investimento em Moçambique de países como Portugal e o Reino Unido. No topo da lista figuram agora África do Sul, China, Estados Unidos, Brasil e Índia.

Segundo o CIP, Moçambique continua a ser um destino privilegiado de investimentos
Segundo o CIP, Moçambique continua a ser um destino privilegiado de investimentosFoto: picture-alliance/maxppp

Até ao final de 2010, na lista dos cinco maiores investidores em Moçambique encontravam-se três países europeus, nomeadamente Bélgica, Itália e Portugal. No entanto, no mesmo período em 2011, nenhum destes surgia nos primeiros lugares.

Agora, segundo o Centro de Promoção de Investimentos (CPI), no topo da lista de potenciais investidores aparecem a África do Sul, a China e os Estados Unidos e países emergentes como o Brasil e a Índia. “São países que neste momento têm demonstrado certa pujança, certa força no estabelecimento dos seus negócios em Moçambique e que nos próximos anos poderão liderar o ranking dos dez maiores investidores em Moçambique”, afirma Godinho Alves, diretor adjunto do CPI.

A presença destes novos potenciais investidores não significa que Moçambique fique fora da crise, embora Godinho Alves garanta que a situação não se vai agravar. “Podemos realmente ressentirmo-nos a médio e longo prazo desta crise, mas Moçambique é um destino privilegiado de investimentos”, defende, citando dados estatísticos que apontam para “melhorias significativas”. E caso os investidores europeus não tenham capacidade para realizar esses investimentos, o investimento privado é uma das alternativas.

A empresa alemã Phaesun pretende apostar na área das energias renováveis em Moçambique

 Moçambique como alternativa à crise

Apesar da crise, os europeus têm demonstrado muita vontade em investir em Moçambique e os recursos do país podem mesmo ajudar a suprir a crise de alguns investidores do “velho continente”, defende o diretor adjunto do CPI. “Moçambique afigura-se neste momento como mercado alternativo para suprir esta crise nesses países”, afirma.

Nos últimos anos, chegaram a Moçambique, em média, três a quatro missões empresariais da Europa à procura de oportunidades de investimento, fundamentalmente na área dos recursos, “com o objetivo de remunerar os seus capitais e provavelmente voltar a reinvestir nos seus países”, lembra Godinho Alves.

Um exemplo que mostra a vontade dos europeus em investir em Moçambique é o da empresa alemã Phaesun que, segundo o seu representante António Duarte, pretende apostar na área das energias renováveis. “Estamos à procura de parceiros locais também. Queremos trazer o mínimo possível de pessoas de fora. A ideia é encontrar aqui parceiros que reúnam condições para darmos formação ao pessoal e transferirmos o conhecimento que temos para que as pessoas aqui em Moçambique possam passar os seus conhecimentos a outras pessoas”, revelou.

Há novas infraestruturas a ser construídas com financiamento estrangeiro. Na imagem, o porto da BeiraFoto: Ismael Miquidade

Investimentos devem melhorar

O CPI diz que, de uma maneira geral, a tendência de investimentos em Moçambique é de melhoria, e em 2011 não foram concretizados todos os projetos. “Consideramos [a tendência] positiva e estamos um pouco satisfeitos em relação aos valores porque estes correspondem, em média, àquilo que nos últimos cinco anos temos estado a receber”, diz Godinho Alves.

No ano passado foram aprovados 215 projetos e o investimento foi na ordem dos dois mil milhões de dólares. Foram também criados 30 mil novos postos de trabalho.

A África do Sul é um tradicional investidor em Moçambique, tendo liderado o “ranking” de investidores estrangeiros durante quase uma década.

Autor: Romeu da Silva (Maputo)
Edição: Madalena Sampaio/António Rocha

Saltar a secção Mais sobre este tema