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Segurança alimentarMoçambique

Palma: Preços voltam a baixar, mas há falta de alimentos

Delfim Anacleto
6 de fevereiro de 2021

Abastecimento de produtos de primeira necessidade foi retomado em Palma, Cabo Delgado. Produtos escassearam nas últimas semanas devido às restrições de acesso, provocando subida de preços dos alimentos.

Afrika Reis
Foto: picture-alliance/BSIP

De acordo com relatos locais, um saco de 25 quilogramas de arroz chegou a custar aos residentes de Palma entre 3.000 a 4.000 meticais (cerca de 33 a 44 euros). 25 quilogramas de farinha de milho custavam entre 2.500 a 3.000 meticais (27 a 33 euros). Os preços dos combustíveis também aumentaram: um litro de gasolina chegou a ser vendido a 500 meticais, o equivalente a 5,5 euros.

Entretanto, o abastecimento de produtos de primeira necessidade foi retomado e os preços baixaram. No entanto, continuam a faltar produtos, conta um residente de Palma.

"O arroz já está a baixar de preços, mas o problema agora é apanhar esse arroz. Não tem arroz. A verdade é que aqui está-se mal", diz.

Outro residente conta que é preciso sair cedo de casa para conseguir produtos.

"Para conseguir comprar, você tem que sair da sua casa às 04:00 ou 05:00 horas à procura de comida. Tem que parar e esperar em longas filas para conseguir comprar", descreve.

Insegurança para transporte

O presidente do Conselho Empresarial da província de Cabo Delgado, Gulamo Aboobacar, diz que os atrasos no abastecimento de mercadorias deveram-se a dificuldades de transitabilidade na via que liga Nangade a Palma, devido às incursões dos terroristas.

"A situação vem se agravando desde que as vias de acesso ficaram cortadas, praticamente. Usava-se muito a via Mueda para Palma, via Nangade. Mas com os acontecimentos que ocorreram nos últimos tempos, praticamente não se está a usar a via desde essa altura e os produtos começaram a escassear", explica.

"Mas felizmente [na quinta-feira (04.02)], as nossas Forças de Defesa e Segurança fizeram a escolta de alguns camiões e já fizeram chegar alguns produtos a Palma, o que é um bom começo e vai estabilizar a situação", afirma.

Praça 25 de Setembro, em PalmaFoto: privat

Precariedade das rodovias

Entretanto, a Direção Provincial de Indústria e Comércio justifica as dificuldades de acesso a Palma com a precariedade das rodovias, devido às chuvas intensas que caíram na região em janeiro. Nocifo Magaia é o diretor da Indústria e Comércio em Cabo Delgado:

"O problema é de lentidão, sobretudo por causa dos acessos. Na última semana, parou de chover intensamente naquela zona e os camiões voltaram a passar normalmente e já temos comida no terreno. De outro modo, também foi ativada uma ponte marítima para o distrito de Palma," explica.

"Estão a seguir 120 toneladas [de alimento] por semana para o distrito, por via marítima. Esta dificuldade é sempre cíclica, por causa de acessos por estradas terraplanadas. Mas vai ser contornada através de abastecimentos via marítima", garante.

Controlar os preços

Para controlar aquilo que chamou de oportunismo de alguns comerciantes que se aproveitam da situação para inflacionar os preços, o diretor Provincial de Indústria e Comércio afirmou que uma equipa da Inspeção Nacional de Atividades Económicas (INAE) foi destacada para o distrito de Palma.

"Como sabem, existe uma legislação específica sobre as máximas de lucro nos bens da primeira necessidade, havendo margens de lucro muito acima daquelas que estão estabelecidas por lei. Todos esses agentes económicos incorrem em infrações que são severamente puníveis. A equipa da INAE já está no terreno e todos esses relatos que ouvimos estão a ser verificados", garante Nocifo Magaia.

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