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Palma: Voluntários montam rede para localizar desaparecidos

8 de abril de 2021

Movimento de solidariedade dos Voluntários Anónimos de Moçambique está a ajudar a localizar as vítimas do ataque em Palma e a reuní-las às suas famílias. Ao todo, o grupo já conseguiu juntar cerca de mil pessoas.

Foto: Estácio Valói

Um grupo de voluntários designado VAMOZ, Voluntários Anónimos de Moçambique, está a ajudar a localizar pessoas desaparecidas durante os ataques que ocorreram em março na vila Palma, na província nortenha de Cabo Delgado.

Numa operação designada "Hope4Palma" ("Esperança por Palma", em português), o VAMOZ criou condições para que mais de 4 mil pessoas que tinham desaparecido voltassem a se comunicar.

A coordenadora dos Voluntários Anónimos de Moçambique, Joana Martins, diz que a ideia surgiu depois de ver a fuga em debandada.

Joana Martins, coordenadora do VAMOZFoto: Romeu da Silva/DW

"Havia muita gente à procura de pessoas que lhes estavam relacionadas. Empresas, famílias, à procura dos seus. Então, o VAMOZ decidiu imediatamente criar esta operação chamada 'Hope4Palma', Esperança para Palma, porque esperança é o que precisávamos todos", conta Joana Martins.

Unir as vítimas às suas famílias

A partir daí, com ajuda de outros voluntários, o VAMOZ passou a registar pessoas perdidas através de relatos dos seus familiares. "O que fazíamos era, um barco ‘dizia': olha, VAMOZ, tenho no meu barco, resgatei 20 pessoas e esses são os nomes das 20 pessoas. Vocês que são voluntários tentem encontrar familiares, ou empresas para poderem avisar que estão vivos e agora estamos a fazer um plano de lhes levar a Pemba", relata a coordenadora do movimento.

Os voluntários montaram um sistema de comunicação que funciona 24 horas por dia e pode ser usado por todos os que procuram familiares desaparecidos.

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De acordo com Joana Martins, as famílias que estão à procura de seus familiares podem fazer um registo através dos números 84 211, ou 8000911 ou 84 3325239. Também podem, através desses telefones, saber se há informações sobre as pessoas que procuram.

"E quando alguém chega, quando a pessoa pertence a uma empresa, esta tem lá alguém para o receber e tomar conta. Outras pessoas são acompanhadas pelas autoridades locais, Nações Unidas, voluntários que tentam lhe ajudar e encaminhar", esclarece.

Recursos são necessários

A VAMOZ trabalha em parceria com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres que, esta semana, anunciou que são precisos mais de 40 milhões de meticais (meio milhão de euros) para assistir 30 mil pessoas vítimas de ataques, segundo disse César Tembe, porta-voz da instituição.

"A situação de Palma veio a incrementar o número de pessoas deslocadas. A nível da cidade de Pemba, desde dia 24 [de março] que houve essa situação, cerca de 30 mil pessoas são estimadas como sendo pessoas deslocadas".

Ao todo, 700 mil pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas devido à violência na província de Cabo Delgado.

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