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EducaçãoAngola

PALOP: O que muda no regresso às aulas?

mc | com agências
1 de outubro de 2020

Turmas repartidas e horários desfasados são medidas previstas para o regresso às aulas presenciais em Cabo Verde, a 1 de outubro. As aulas também retomam em Moçambique. Seguem-se Angola e Guiné-Bissau, a 5 de outubro.

Foto simbólicaFoto: Jessica Scheweleit

É já esta quinta-feira (01.10) que os estudantes de Moçambique e Cabo Verde regressam aos corredores das escolas, depois de um hiato de quase sete meses.

Em Moçambique, o 12.º ano retoma as suas atividades. Ao todo, 222 das 476 escolas secundárias do país vão reabrir, num processo de avaliação em curso para cumprimento das medidas de prevenção e combate à Covid-19, segundo anunciou o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

O regresso às salas de aulas vai ser faseado. Além do 12.º ano, os outros níveis letivos em que os alunos também são sujeitos a exame, o 10.º e 7.º anos de escolaridade, têm arranque marcado para 19 de outubro e 02 de novembro, respetivamente.

Aprovação das autoridades

A reabertura das classes sem exame está condicionada à aprovação das autoridades de saúde e educação. Nos casos em que não houver condições, "os alunos vão progredir" para o nível seguinte, anunciou a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, em conferência de imprensa na quarta-feira (30.09).

O encerramento do ano letivo moçambicano está previsto para 26 de fevereiro, ao invés de terminar em dezembro.

Por seu turno, Cabo Verde reabre esta quinta-feira (01.10) os estabelecimentos de ensino de todo o país, exceto na cidade da Praia. O Governo decidiu adiar o início das aulas presenciais na capital para "depois de 31 de outubro" devido à evolução da pandemia de Covid-19, optando pelas aulas à distância. 

Aulas de 25 minutos

As turmas cabo-verdianas com mais de 20 alunos serão divididas. Metade terá aulas durante um período, com interrupções de 30 minutos, para a entrada da outra metade, explicou a diretora nacional da Educação, Eleonora Sousa.

As aulas serão de 25 minutos, com intervalos de 5 minutos, em que os alunos não mudam de sala, mas sim os professores, para diminuir a circulação dentro das escolas. Até ao 4.º ano de escolaridade os alunos terão cerca de duas horas de aulas presenciais por dia, ou seja, quatro aulas.

Mudanças para ano letivo 2020/2021: Medidas de higienização, distanciamento e utilização obrigatória de máscara na escola (Foto simbólica)Foto: Gabinete de Comunicação e Imagem do Ministério da Educação e Desporto

Para o segundo nível de ensino básico e secundário (5.º ano ao 12.º ano), os alunos vão ter mais horas, mas metade da turma vai estar na escola às segundas, quartas e sextas-feiras, enquanto a outra metade vai ter aulas às terças, quintas e sábados.

Nos períodos de 30 minutos para troca de turmas, os espaços serão higienizados pelo pessoal de limpeza. A diretora assegurou que já foram tomadas todas as medidas em termos de higienização, distanciamento e utilização obrigatória das máscaras nas escolas.

As orientações deixam em aberto a possibilidade de cada concelho adequar os horários às suas especificidades. Como complemento das aulas presenciais, haverá aulas à distância, transmitidas pela rádio, televisão e Internet.

Angola retoma a 5 de outubro

O regresso às aulas em Angola vai ser faseado e em regime semipresencial, como indicou a ministra da Educação, Luísa Grilo. Nos dias em que os alunos não estão nas aulas, poderão acompanhar os conteúdos pela televisão e pela rádio, acompanhando também as aulas através de exercícios.

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A 5 de outubro começam as aulas para os alunos da 6.ª, 9.ª, 12.ª e 13.ª classes, bem como para os universitários.

No dia 19 de outubro, regressam às aulas as restantes classes, mas só a 26 de outubro está previsto o reinício das aulas para o ensino primário e pré-escolar, com turmas repartidas em turnos rotativos e sem os intervalos habituais, embora com "pequenas pausas".

Os estabelecimentos de ensino terão ainda de obedecer a um "conjunto mínimo de condições" que permitam o distanciamento físico entre estudantes e funcionários e submeter a docentes e não docentes a testagem aleatória. Está também proibida a utilização de zonas comuns das escolas com forte possibilidade de aglomeração de alunos. 

E o início dos próximos anos letivos e académicos passa de fevereiro para setembro, de acordo com o novo Calendário Escolar, aprovado esta quarta-feira (30.09) pelo Conselho de Ministros, presidido pelo Presidente João Lourenço.

A decisão de passar a iniciar as aulas em setembro para terminar em julho do ano seguinte, aplica-se a todas as instituições públicas e privadas de educação e ensino, que funcionam com o currículo oficial, segundo avança a agência de notícias de Angola, ANGOP.

Silêncio na Guiné-Bissau

Os guineenses também regressam às salas de aula a 5 de outubro, mas até à data não foi divulgada qualquer diretriz para este retorno. 

Sabe-se, contudo, que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) deverá instalar pontos de água em 1.500 escolas da Guiné-Bissau no âmbito dos apoios dados ao combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Como regressou São Tomé e Príncipe?

Em São Tomé e Príncipe já se vai às aulas desde 1 de setembro. Apenas os universitários não começaram. O início do ano letivo na Universidade Pública de São Tomé e Príncipe está previsto para 12 outubro.

O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, afirmou que foi acautelado o estabelecimento de um rácio de 30 alunos por professor e sublinhou também que fica a cargo de cada professor cumprir e "fazer cumprir" as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de higienização, distanciamento e uso das máscaras.

O regime de frequência letiva foi reduzido e passou a haver a tripla rotação das turmas.

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