1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

PALOP unânimes em enaltecer o legado deixado por Mandela

António Rocha com correspondentes / LUSA6 de dezembro de 2013

Todos os PALOP, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, esperam que os exemplos de tolerância, perdão, justiça e paz, deixados por Mandela sejam fonte de inspiração para as gerações vindouras.

Uma das homenagens a Nelson Mandela pelo mundoFoto: Reuters/Suzanne Plunkett

Em Angola, num comunicado distribuído à imprensa, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos ao manifestar a sua profunda consternação pela morte de Mandela, considerou que "Madiba" deixa um legado de tolerância, justiça e sentido histórico" para as gerações vindouras.

Dos Santos referiu ainda que Mandela "inaugurou uma era de liberdade, igualdade e convivência democrática" na África do Sul.

José Eduardo dos Santos, Presidente de AngolaFoto: Quintiliano dos Santos

O Chefe de Estado angolano realçou igualmente no comunicado que Mandela "é uma referência incontornável" para as gerações futuras.

Por seu turno, o jornal de Angola, ligado ao poder, no seu editorial desta sexta-feira (6.12) apresentou Mandela como o "símbolo da luta dos africanos pela dignidade e a liberdade" e que o seu falecimento "deixa um vazio que é urgente preencher".

Em Cabo Verde, o Presidente Jorge Carlos Fonseca considerou Mandela como "uma referência ímpar em África e no Mundo" e sublinhou que “ele representa o desaparecimento físico de uma das figuras mais marcantes da história mundial e de África em particular do século XX".

"Um herói da luta contra o apartheid, pela igualdade de direitos, mas sobretudo uma referência como figura revolucionária que ao mesmo tempo se mostrou em diversos contextos uma figura humanista e um grande amante das liberdades”.

Por isso, e ainda segundo o Presidente de Cabo Verde, “Mandela deixa um legado importante e decisivo para todos aqueles que amam a liberdade, todos que prezam o humanismo e a luta pelos ideias da justiça, paz e liberdade. Nelson Mandela é uma referência ímpar em África e no Mundo”.

Pedro Pires, ex-Presidente de Cabo VerdeFoto: picture-alliance/dpa

Mandela, um humanista

Por seu lado, o ex-Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, e galardoado com o Prémio Mo Ibrahim 2011 de “Good Governance” (boa governação), afirmou que Mandela foi um Homem de Estado que marcou a África e o Mundo: “Nelson Mandela foi um dos estadistas africanos mais importante e ilustre que marcou o seu tempo, particularmente depois da sua libertação."

Para Pedro Pires "Mandela mostrou a grandeza da sua estatura de homem de Estado; "uma pessoa extremamente generosa e humanista que apresentou uma proposta de sociedade aos povos da África do Sul: uma sociedade não racial, de igualdade, de equidade de tolerância e certamente de cooperação entre as várias componentes do povo africano”.

O ex-Presidente de Cabo Verde afirma por outro lado que Mandela ofereceu à África “uma proposta de futuro que não se baseia na vingança e na retaliação, mas sim no entendimento recíproco e na projeção de uma nova sociedade e uma nova vida, e porque não de um novo nundo. Mandela ultrapassou as fronteiras africanas para se tornar numa personalidade de dimensão mundial”, concluiu Pedro Pires.

PALOP unânimes em enaltecer o legado deixado por Mandela

This browser does not support the audio element.

Também Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, lamentou a morte de "Madiba" que considerou ser um "símbolo para a África e uma referência para o continente africano e a humanidade".

Mandela, um exemplo a seguir pelas gerações futuras

Serifo Nhamadjo (à esq. na foto), Presidente de transição da Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame

Por seu turno, Serifo Nhamadjo, Presidente de Transição da Guiné-Bissau, destacou a ação de Mandela que "deve ser um exemplo a seguir pelas gerações futuras. Mandela foi um ídolo para muitos de nós e uma fonte de inspiração."

E Nhamadjo prossegue: "Gostaríamos de o ter ainda por muito mais tempo para que continuasse a dar inspiração às novas gerações, com os seus ensinamentos. Estes, certamente continuarão a ser muito úteis e por muito tempo. Que o espírito de perdão e de tolerância sempre defendido por Mandela continue a dar os seus frutos”.

Joaquim Chissano, ex-Presidente de MoçambiqueFoto: Johannes Beck

A humildade em reconhecer as suas imperfeições

Para o ex-Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, "o mundo vai sentir muito" a falta de Nelson Mandela, tendo destacado que Mandela deixa um legado rico para a humanidade".

Chissano recordou a faceta de humildade de Nelson Mandela, ao afirmar que não se "coibiu várias vezes de aceitar a diferença de opiniões, adotando pontos de vista com "os quais não concordava antes". E o ex-estadista moçambicano conclui dizendo que "a grandeza de Mandela até se vê na humildade com que aceitava que não era perfeito".

Manuel Pinto da Costa, Presidente de São Tomé e PríncipeFoto: picture-alliance/dpa

Também o Presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, prestou uma homenagem a Mandela para quem o "diálogo e a tolerância" foram instrumentos decisivos da sua ação.

Manuel Pinto da Costa acha ainda que “Mandela foi um homem sábio que soube conduzir sabiamente o processo de transição para a democracia e a reconstrução nacional do seu país, uma página de ouro na história pela libertação do continente africano”.

Para Pinto da Costa, a “África e o mundo estão de luto ao perder um dos seus filhos mais ilustres. É um irmão que partiu mas nunca será esquecido”, acrescentou.

Entretanto, o Governo são-tomense decretou três dias de luto nacional enquanto Cabo Verde decretou luto nacional no dia do funeral de Nelson Mandela.

Saltar a secção Mais sobre este tema

Mais sobre este tema

Ver mais artigos