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ReligiãoRepública Democrática do Congo

Papa reza pelos migrantes ao sobrevoar o deserto do Saara

Lusa | gcs
31 de janeiro de 2023

O papa Francisco fez uma oração ao sobrevoar o Saara, quando seguia para a República Democrática do Congo. E fez novamente uma comparação polémica.

Chegada do papa Francisco à República Democrática do CongoFoto: REUTERS

"Neste momento, estamos a sobrevoar o Saara. Tenhamos um pensamento silencioso, uma oração por todos aqueles que, procurando um pouco de bem-estar e liberdade, atravessaram [o deserto] mas não conseguiram sobreviver", disse o pontífice em italiano, depois de saudar os jornalistas que o acompanhavam a bordo.

O papa argentino apelou igualmente a que os fiéis orem por "todas as pessoas sofredoras que chegam ao Mediterrâneo depois de atravessarem o deserto, são apanhadas em 'lager' e aí sofrem", usando uma palavra alemã para campos de concentração ("Konzentrationslager"). 

O chefe da Igreja Católica, fervoroso defensor dos direitos dos refugiados, comparou já por diversas vezes os campos de migrantes aos campos de concentração da Segunda Guerra, gerando controvérsia, assim como tem denunciado reiteradamente milhares de mortes que fizeram do Mediterrâneo "o maior cemitério do mundo".

O Papa Francisco chegou esta terça-feira (31.01) a Kinshasa na primeira etapa de uma viagem de sete dias que o levará também ao Sudão do Sul.

A 40ª viagem internacional de Francisco, de 86 anos, que se antevê como particularmente desafiante devido aos seus problemas de mobilidade, esteve agendada para julho do ano passado, mas uma dor no joelho provocou o seu adiamento e, desde então, a situação de segurança na região tornou-se mais complicada em ambos os países.

Nos últimos meses, o leste da República Democrática do Congo tem sido palco de um recrudescimento da violência, sobretudo na fronteira com o Ruanda, uma zona com subsolo rico em coltan, fundamental para a indústria de equipamentos eletrónicos, e onde existem mais de 100 grupos armados ativos, nomeadamente o Movimento 23 de Março (M23), razão pela qual a visita a Goma, planeada no programa inicial, foi suspensa.

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