Papa visita República Democrática do Congo no fim de janeiro
Reuters
23 de janeiro de 2023
O Papa Francisco deverá deslocar-se à República Democrática do Congo (RDC) de 31 de janeiro a 3 de fevereiro. A primeira visita de um papa desde 1985 pretende curar feridas que "ainda sangram", anunciou o Vaticano.
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Os preparativos para receber o Papa Francisco já estão em curso no país, onde se encontra a maior comunidade católica do continente africano, formada por 45 milhões de pessoas.
"O Congo que hoje recebe o Papa não é o mesmo que recebeu o Papa João Paulo II há 38 anos", disse à agência Reuters Ettore Balestrero, enviado especial do Vaticano a Kinshasa, à Reuters.
"Infelizmente, tem havido guerras e conflitos que continuam. Ele vem consolar o povo e curar feridas que ainda estão a sangrar", acrescenta.
"O Congo é uma emergência moral que não pode ser ignorada", disse ainda à à agência Balestrero.
Combates entre exército e M23
O Papa tinha planeado visitar a cidade oriental de Goma quando a viagem foi anunciada oficialmente, mas essa etapa da viagem foi cancelada após o ressurgimento dos combates entre o exército e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23).
De acordo com o programa da visita divulgado pelo Vaticano, espera-se que Francisco se encontre com vítimas do leste do país, no dia 1 de fevereiro, e com líderes de instituições de caridade católicas.
"Historicamente, a Igreja neste país tem acompanhado a consolidação da consciência democrática e tem sido frequentemente o porta-voz das necessidades mais urgentes da população", lembra ainda o enviado do Vaticano a Kinshasa.
Esperança, paz e reconciliação na visita do Papa Francisco a Moçambique
O líder da Igreja católica foi recebido em festa pelo país inteiro. Mas houve críticas ao alegado aproveitamento político da visita em vésperas de eleições.
Foto: DW/M. Sampaio
Moçambique em festa
Volvidas mais de três décadas sobre a última visita de um Papa a Moçambique, esta quarta-feira, 4 de setembro, foi a vez do Papa Francisco levar aos moçambicanos uma mensagem de paz, justiça e reconciliação. Por poucos momentos, o país esqueceu as dificuldades políticas, económicas e sociais que atravessa para celebrar o sumo pontífice.
Foto: DW/M. Sampaio
Danças e cantares para o Papa
A festa começou logo à chegada do Papa Francisco no fim da tarde. Muitos moçambicanos têm esperança que o chefe da Igreja católica dê um novo ímpeto ao processo de reconciliação, numa altura em que o acordo de paz assinado entre a RENAMO e a FRELIMO há poucas semanas volta a ser posto em causa por milícias armadas.
Foto: DW/M. Sampaio
Aproveitamento político?
O Papa Francisco foi recebido com as devidas honras pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, mas dos partidos da oposição choveram críticas ao alegado aproveitamento político da visita pelo partido no poder, a FRELIMO. Tanto mais que o país está em vésperas de eleições gerais, marcadas para 15 de outubro.
Foto: DW/Ricardo Franco
Suspensão da campanha eleitoral
A campanha eleitoral em Maputo foi interrompida pela duração da visita. A decisão não convenceu os partidos da oposição. O porta-voz do MDM, Sande Carmona, levantou mesmo a suspeita de que a visita do Papa "seja uma oportunidade para a lavagem de dinheiro dos cofres do Estado, para financiar a campanha eleitoral da FRELIMO". A visita do Papa terá custado ao Estado o equivalente a 300 mil euros.
Foto: DW/M. Sampaio
Apelo aos direitos humanos
A Amnistia Internacional (AI) pediu ao Papa que na sua deslocação a Moçambique aborde com o Presidente Nyusi a situação da violação dos direitos humanos. Uma carta subscrita pela AI e mais 11 organizações moçambicanas e internacionais expressa enorme preocupação "com a crescente intimidação e perseguição aos defensores dos direitos humanos, ativistas, organizações da sociedade civil e média"
Foto: DW/M. Sampaio
Nação abençoada
"Moçambique é uma nação abençoada e vós especialmente sois convidados a cuidar desta bênção", disse o Papa no seu primeiro discurso em Moçambique. Mas Francisco também frisou que "sem igualdade de oportunidades" não há paz duradoura. Francisco criticou "a pilhagem e espoliação" no país.
Foto: DW/Ricardo Franco
Encontro com os jovens de Moçambique
Jovens de todas as confissões foram convidados a encontrar-se com o Papa no Pavihão de Maxaquene em Maputo. O pavilhão encheu para escutar a mensagem de Francisco. Que foi clara: "Estejam atentos àqueles que querem dividir e fragmentar". Uma alusão também a movimentos obscuros de cariz islamita suspeitos de estarem na origem de violência no norte do país.
Foto: DW/M. Sampaio
Alegria ecuménica
Nas redes sociais circularam apelos de proveniência incerta contra a participação de jovens muçulmanos na festa em torno do Papa. Mas muitos muçulmanos foram ouvir a mensagem de paz e reconciliação que lhes foi igualmente dirigida. "A alegria de viver, como se pode sentir aqui, a alegria partilhada e celebrada, reconcilia", declarou Francisco.
Foto: DW/M. Sampaio
A 47ª visita do Papa ao exterior
Jorge Mário Bergoglio é o segundo Papa a escalar Moçambique depois de João Paulo II em 1988. O lema da visita é "Esperança, Paz e Reconciliação". Moçambique é o sétimo país que Francisco visita em 2018, e o 47° desde que chegou ao Vaticano em 2013. De Moçambique o líder católico segue para o Madagáscar e as Ilhas Maurícias.
Foto: DW/Ricardo Franco
Atentos às palavras do Papa
O Estádio Nacional do Zimpeto encheu na manhã de sexta-feira (06.09) para a celebração da missa e homilía pelo Papa Francisco. A missa, que colocou um ponto final na visita papal, foi celebrada no dia em que se assinala um mês da assinatura de um acordo de paz - o terceiro desde 1992 - entre o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
Foto: DW/M. Sampaio
Apelo ao combate contra a corrupção e pela paz
Durante a homilía, o Papa Francisco fez um apelo para o combate à corrupção: "Moçambique possui um território cheio de recursos naturais e culturais", disse, mas apesar destas riquezas, "uma quantidade enorme de população vive abaixo do nível de pobreza". Numa alusão à situação de violência armada em Cabo Delgado, o Papa pediu ainda que se amem os inimigos, sem lhes responder com violência.