Paris: Vários detidos em manifestação de "coletes amarelos"
Lusa | EFE
16 de novembro de 2019
Celebra-se, este domingo (17.11), o primeiro aniversário do aparecimento em França do movimento "coletes amarelos". Confrontos entre manifestantes e polícia estão a marcar os protestos deste fim de semana.
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Os "coletes amarelos" assinalam, este sábado (16.11), mais um dia de mobilização nacional com uma manifestação em Paris. Na véspera do primeiro aniversário do início deste movimento nascido da contestação ao governo do presidente Emmanuel Macron, os protestos ficaram marcados pelos confrontos entre manifestantes e polícia.
Só durante a manhã deste sábado (16.11), a polícia prendeu duas dúzias de pessoas na capital francesa. E para dispersar os manifestantes, os agentes de segurança voltaram a usar gás lacrimogéneo.
As autoridades proibiram qualquer tipo de concentração, durante o fim de semana, em vários bairros centrais da capital, começando pela Avenida Champs-Élysées.
Cerca de cinco mil agentes foram mobilizados, durante estes dois dias, para a capital francesa.
Primeiro aniversário
Este domingo (17.11), completa-se um ano sobre o aparecimento nas ruas dos "coletes amarelos", e ativistas e analistas concordaram que embora se trate de um movimento "histórico", também não levou a grandes mudanças na vida política ou social em França.
Apesar de terem mantido uma presença contínua todos os sábados na capital francesa, o movimento perdeu força e reúne apenas poucas dezenas de pessoas, mas este fim de semana, por causa da data festiva, as redes sociais foram o canal usado por mais de seis mil pessoas, que confirmaram presença em diferentes manifestações, entre este sábado (16.11) e domingo (17.11).
Mesmo com as suas fraquezas, para Priscillia Ludosky, a "colete amarelo" que iniciou o movimento em novembro de 2018, ao lançar a petição pública contra o aumento dos combustíveis, viveu-se algo histórico.
"Permitiu a pessoas completamente diferentes empenharem-se numa causa comum e aprender a trabalhar em conjunto. E hoje, tentam mudar as coisas juntas. [...] É um movimento histórico, que ficará na História independentemente do que digam", disse à Lusa Priscillia Ludosky.
Angola: Jovens desempregados marcham em Luanda
O elevado índice de desemprego levou os jovens angolanos novamente às ruas. Durante a caminhada de sábado (08.12) os "kunangas", nome atribuído aos desempregados, exigiram políticas para a criação de postos de trabalho.
Foto: DW/B. Ndomba
Caminhar por mais emprego
Onde estão os 500 mil empregos que o Presidente da República, João Lourenço, prometeu durante a campanha eleitoral de 2017? Foi uma das questões colocadas pelos jovens desempregados que marcharam nas ruas de Luanda. A marcha decorreu sob o lema "Emprego é um direito, desemprego marginaliza".
Foto: DW/B. Ndomba
Apoio popular
Populares e vendedores ambulantes apoiaram o protesto deste sábado, que foi também acompanhado pelas forças de segurança. Participaram na marcha algumas associações como o Movimento Estudantil de Angola (MEA) e a Associação Nova Aliança dos Taxistas. Os angolanos que exigem criação de mais postos de trabalho marcharam do Cemitério da Sant Ana até ao Largo das Heroínas, na Avenida Ho Chi Minh.
Foto: DW/B. Ndomba
Níveis alarmantes
O Governo angolano reconhece que o nível de desemprego é preocupante no país. 20% da população em idade ativa está desempregada, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados no ano passado. Os jovens em Angola são os mais afetados - 46% não têm emprego.
Foto: DW/B. Ndomba
Palavras de ordem
Os manifestantes exibiram vários cartazes com mensagens dirigidas ao Presidente e ao Governo: "João Lourenço mentiroso, onde estão os 500 mil empregos?", "Ser cobrador de táxi não é minha vontade" e "Por kunangar perdi respeito em casa”, foram algumas das questões levantadas.
Foto: DW/B. Ndomba
Estágios, inclusão e subsídios
Além de empregos, os manifestantes exigem políticas de estágio - para que os recém formados tenham a experiência exigida pelas empresas – e programas que beneficiem pessoas com deficiência física. Este sábado, pediram também ao Governo que atribua subsídio de desemprego aos angolanos que não trabalham.
Foto: DW/B. Ndomba
Sem perspetivas de trabalho
O índice do desemprego piorou com a crise económica e financeira em Angola, desde 2015. O preço do crude caiu no mercado internacional, e, como o país está dependente das exportações de petróleo, entraram menos divisas. Muitas empresas foram obrigadas a fechar as portas e milhares de cidadãos ficaram desempregados.
Foto: DW/B. Ndomba
Formados e desempregados
Entre os manifestantes ouvidos pela DW África em Luanda, histórias como a de Joice Zau, técnica de refinação de petróleo, repetem-se. Concluiu a sua formação em 2015 e, desde então, não teve quaisquer oportunidades de emprego: "Já entreguei currículos em várias empresas no ramo petrolífero e nunca fui convocada", conta. Gostaria de continuar a estudar, mas, sem emprego, são muitas as dificuldades.
Foto: DW/B. Ndomba
É preciso fazer mais
Para a ativista Cecília Quitomebe, o Executivo está a "trabalhar pouco para aquilo que é o acesso ao emprego para os jovens". No final da marcha, a organização leu um "manifesto" lembrando que a contestação à política de João Lourenço começou a 21 de julho, quando o mesmo grupo de jovens exigiu mais políticas de emprego. Na altura, a marcha realizou-se em seis cidades. Este sábado, ocorreu em 12.