Ao todo, estima o Ministério do Interior francês, terão participado nos protestos deste sábado (15.12), em Paris, Toulouse, Bordéus e Saint-Étienne, mais de 30 mil pessoas. Para já, foram detidos 63 manifestantes.
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Apesar dos protestos convocados pelo movimento "Coletes Amarelos", em França, terem mobilizado, este sábado (15.12), menos protestantes, há alguns incidentes a registar. No entanto, frisam as autoridades, em números muito inferiores, quano comparados com os protestos passados.
Segundo o Ministério do Interior, este sábado (15.12), terão saído às ruas em todo o país, cerca de 33.500 pessoas. Em Paris, estavam "menos de 3.000" manifestantes, contra os dez mil que lá se encontravam há uma semana, afirmam as mesmas fontes.
Esta tarde, nos Campos Elísios, em Paris, os ânimos aqueceram quando a polícia disparou gás lacrimogéneo para dispersar uma pequena multidão que tentava atravessar os limites impostos pelas autoridades. Neste que foi o quinto fim de semana de protestos levados a cabo pelo movimento "Coletes Amarelos”, que surgiu nas redes sociais e que exige ao Presidente Emmanuel Macron medidas que melhorem o nível de vida no país, foram mobilizados cerca de oito mil polícias para a capital francesa.
De acordo com as autoridades, a meio da tarde deste sábado (15.12), haviam sido identificadas 95 pessoas, das quais 63 foram detidas. Um número que fica bastante aquém das 475 detenções registadas a semana passada, mais ou menos à mesma hora.
Já depois do anúncio do aumento do salário mínimo no país, que surge em resposta aos quatros fins de semana de protestos, o Presidente francês havia lançado, esta semana, um apelo para um regresso à "calma", "ordem" e normalidade no país.
Angola: Jovens desempregados marcham em Luanda
O elevado índice de desemprego levou os jovens angolanos novamente às ruas. Durante a caminhada de sábado (08.12) os "kunangas", nome atribuído aos desempregados, exigiram políticas para a criação de postos de trabalho.
Foto: DW/B. Ndomba
Caminhar por mais emprego
Onde estão os 500 mil empregos que o Presidente da República, João Lourenço, prometeu durante a campanha eleitoral de 2017? Foi uma das questões colocadas pelos jovens desempregados que marcharam nas ruas de Luanda. A marcha decorreu sob o lema "Emprego é um direito, desemprego marginaliza".
Foto: DW/B. Ndomba
Apoio popular
Populares e vendedores ambulantes apoiaram o protesto deste sábado, que foi também acompanhado pelas forças de segurança. Participaram na marcha algumas associações como o Movimento Estudantil de Angola (MEA) e a Associação Nova Aliança dos Taxistas. Os angolanos que exigem criação de mais postos de trabalho marcharam do Cemitério da Sant Ana até ao Largo das Heroínas, na Avenida Ho Chi Minh.
Foto: DW/B. Ndomba
Níveis alarmantes
O Governo angolano reconhece que o nível de desemprego é preocupante no país. 20% da população em idade ativa está desempregada, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados no ano passado. Os jovens em Angola são os mais afetados - 46% não têm emprego.
Foto: DW/B. Ndomba
Palavras de ordem
Os manifestantes exibiram vários cartazes com mensagens dirigidas ao Presidente e ao Governo: "João Lourenço mentiroso, onde estão os 500 mil empregos?", "Ser cobrador de táxi não é minha vontade" e "Por kunangar perdi respeito em casa”, foram algumas das questões levantadas.
Foto: DW/B. Ndomba
Estágios, inclusão e subsídios
Além de empregos, os manifestantes exigem políticas de estágio - para que os recém formados tenham a experiência exigida pelas empresas – e programas que beneficiem pessoas com deficiência física. Este sábado, pediram também ao Governo que atribua subsídio de desemprego aos angolanos que não trabalham.
Foto: DW/B. Ndomba
Sem perspetivas de trabalho
O índice do desemprego piorou com a crise económica e financeira em Angola, desde 2015. O preço do crude caiu no mercado internacional, e, como o país está dependente das exportações de petróleo, entraram menos divisas. Muitas empresas foram obrigadas a fechar as portas e milhares de cidadãos ficaram desempregados.
Foto: DW/B. Ndomba
Formados e desempregados
Entre os manifestantes ouvidos pela DW África em Luanda, histórias como a de Joice Zau, técnica de refinação de petróleo, repetem-se. Concluiu a sua formação em 2015 e, desde então, não teve quaisquer oportunidades de emprego: "Já entreguei currículos em várias empresas no ramo petrolífero e nunca fui convocada", conta. Gostaria de continuar a estudar, mas, sem emprego, são muitas as dificuldades.
Foto: DW/B. Ndomba
É preciso fazer mais
Para a ativista Cecília Quitomebe, o Executivo está a "trabalhar pouco para aquilo que é o acesso ao emprego para os jovens". No final da marcha, a organização leu um "manifesto" lembrando que a contestação à política de João Lourenço começou a 21 de julho, quando o mesmo grupo de jovens exigiu mais políticas de emprego. Na altura, a marcha realizou-se em seis cidades. Este sábado, ocorreu em 12.