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Sudão adia emendas constitucionais para reeleger Presidente

Lusa
16 de fevereiro de 2019

Não foram adiantadas explicações por parte do comité que estuda alterações à Carta Magna para que o atual chefe de Estado – no poder há quase 30 anos - possa voltar a candidatar-se às eleições, em 2020.

Omar al-Bashir num comício em Cartum, em janeiro.Foto: Getty Images/AFP/A. Shazly

O Parlamento sudanês adiou este sábado (16.02) uma reunião do comité para as emendas constitucionais, que tem por missão estudar a introdução de alterações na Carta Magna para permitir ao Presidente Omar Al-Bashir voltar a candidatar-se às eleições de 2020.

A agência de notícias estatal sudanesa, SUNA, informou que o chefe desse comité, Badriya Suleiman, anunciou que a reunião, prevista para este domingo, terá lugar "numa data que se determinará mais adiante". Suleiman não explicou os motivos do atraso, referindo apenas "compromissos urgentes" da comissão.

Esta reunião ocorreria num contexto de protestos e manifestações que têm abalado a estabilidade no Sudão desde o passado dia 19 de dezembro, exigindo a renúncia de Al-Bashir, no poder desde há quase 30 anos.

O mandatário assegurou que as mudanças no Governo só chegarão através das eleições, previstas para o próximo ano, aquelas em que Al-Bashir não poderia voltar a apresentar-se como candidato depois de dois mandatos, desde 2010.

Palco de protestos

Sudaneses a residir no Iémen protestam contra al-Bashir junto à embaixada do Sudão em Sanaa.Foto: Reuters/K. Abdullah

Apesar de ter chegado ao poder após golpe de Estado de 1989, Al-Bashir ocupa a presidência desde então e os seus mandatos consolidaram-se desde que foi eleito em 2010, um ato eleitoral que se celebrou com base na Constituição de 2005.

Em dezembro último, um grupo de 33 partidos políticos aliados da formação do governo Congresso Nacional apresentaram uma proposta para fazer emendas à Carta Magna e permitir a Al-Bashir seguir em frente na condução dos destinos do país. O Parlamento formou então a comissão para estudar as emendas e apresentar a informação no prazo de uns dois meses, que se cumpre em fevereiro.

A aprovação da emenda agora poderia incendiar ainda mais a situação nas ruas do Sudão, que desde há dois meses enfrenta quase diariamente um cenário de manifestações antigovernamentais, habitualmente reprimidas por ações da Polícia.

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