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PolíticaAlemanha

Partido AfD contesta legalmente classificação de extremista

af | DW (Deutsche Welle) | com agências
5 de maio de 2025

Alternativa para a Alemanha (AfD) interpôs ação judicial contra a decisão do Departamento para a Proteção da Constituição, que classificou o partido como organização extremista que constitui um perigo para a democracia.

Logótipo do partido Alternativa para a Alemanha (AfD)
AfD foi classificado como partido extremista na passada sexta-feira (02.05)Foto: Frank Hoermann/SVEN SIMON/IMAGO

A queixa foi apresentada no tribunal administrativo da cidade de Colónia, no oeste da Alemanha, e será analisada quando a agência nacional de informação do Departamento Federal para a Proteção da Constituição (BfV) confirmar a notificação.

A classificação como extremista, anunciada na passada sexta-feira (02.05), permite à agência de espionagem intensificar a vigilância do maior partido da oposição no parlamento.

A AfD considera que a decisão é um "golpe para a democracia alemã" e uma decisão "politicamente motivada". Num comunicado divulgado na sexta-feira, os líderes do partido Alice Weidel e Tino Chrupalla anunciaram que a AfD "continuará a defender-se legalmente contra estas difamações, que são perigosas para a democracia".

A ministra do Interior cessante, Nancy Faeser, que apresentou o resumo da investigação com mais de 100 páginas, disse que "a AfD representa um conceito étnico que discrimina grupos populacionais inteiros e trata os cidadãos com um historial de migração como alemães de segunda classe. Isto contraria a garantia da dignidade humana."

Ligações extremistas e laços com Rússia

O segundo partido mais votado nas últimas eleições legislativas alemãs já andava nos radares da vigilância das autoridades em algumas regiões do país, devido às suas ligações a extremistas e aos seus laços com a Rússia.

Dos 38 800 extremistas de extrema-direita registados pela secreta alemã, em 2024, mais de 10.000 são membros da AfD.

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Beatrix von Storch, deputada da AfD, critica a classificação das autoridades, dizendo que não existe em democracias. E acrescenta que "não é surpreendente que a classificação surja numa altura em que a AfD lidera as sondagens. Também não é surpreendente que isso venha numa altura em que o governo está no fim das suas  funções e um novo governo tomará em breve. Tudo isto, sim, é indigno de uma democracia."

Já o líder da União Social Cristã (CSU), parceira da União Cristã Democrática da Alemanha (CDU), Markus Söder, pede cautela para lidar com a AfD. "Não devemos diabolizar a AfD. Mas também não se deve relaxar e, por isso, devemos simplesmente adotar uma linha clara ao lidar com a AfD", afirmou.

Rubio acusa Alemanha de "tirania disfarçada"

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, acusou a Alemanha de ser uma tirania disfarçada. O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que também se juntou à polémicA, disse na rede social X que a AfD era o partido mais popular na Alemanha e, de longe, o mais representativo da Alemanha de Leste, que "os burocratas estão a tentar destruí-la".

O ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha já reagiu. Afirma que o país é uma democracia, acrescentando que a classificação da AfD como extremista resulta de uma investigação "completa e independente para proteger a Constituição e o Estado de Direito" alemães.  E que só os tribunais é que terão "a palavra final".

Por ocasião da comemoração da libertação do campo de concentração nazi de Dachau, no domingo (04.05),  Karl Freller, veterano da II Guerra Mundial,  alertou para o perigo da AfD. "Estou seriamente preocupado com o futuro. Porque me apercebi de uma coisa: valorizamos a nossa democracia, estamos a reforçar a nossa democracia, queremos tê-la a todo o custo, mas esta democracia tem um ponto fraco: pode votar em si própria para sair do poder se forem eleitas as pessoas erradas", declarou.

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